Quanto é que o Spotify paga aos artistas? Em The Spotify play, livro que descreve a ascensão da empresa, Sven Carlsson e Jonas Leijonhufvud dizem que havia tantas complicações nos acordos iniciais da plataforma com as gravadoras que era impossível apontar “um valor exato” de quanto os artistas recebiam cada vez que um ouvinte executava suas músicas.
Há outra dificuldade para saber o valor: os royalties não são calculados simplesmente com base no número de vezes que a música de um artista foi ouvida. O cálculo leva em conta quantas vezes a música foi executada em relação às músicas de todos os outros artistas. Ou seja, o Spotify define um valor para cobrir todos os royalties a serem pagos a cada mês, e os artistas vão dividir esse total conforme o número de vezes que suas músicas foram executadas naquele mês.
O valor do pagamento médio por execução é de cerca de 2 centavos de real. Esse dinheiro não vai diretamente para o artista. A maior parte vai para quem detém os direitos sobre o fonograma, como é conhecida a gravação da música. Uma parcela menor vai para o autor, que detém os direitos sobre a composição em si, abrangendo a melodia e a letra. Até o ano passado, o Spotify já havia pagado a Taylor Swift cerca de 350 milhões de reais. Mas para músicos pouco conhecidos os valores pagos não dão nem para comprar as cordas de um violão, conta Daniel Cohen na piauí deste mês, em reportagem originalmente publicada na London Review of Books.
Para que a plataforma contabilize uma música como executada – e o artista se qualifique para receber os royalties – é preciso ainda que a execução tenha durado pelo menos 30 segundos. Se não conseguir manter a atenção do ouvinte nesses primeiros 30 segundos, o artista não será pago. O que realmente importa para o Spotify é o chamado “fator de permanência”. Se alguém pula ou para de ouvir uma música, é sinal de que algo deu errado.
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