Quando deixar o cargo de governador do Rio de Janeiro, em 1º de janeiro, Luiz Fernando Pezão poderá dizer que entrou para a história. Após quatro anos de mandato e uma intervenção federal na segurança do estado, o emedebista sairá pelas portas do Palácio da Guanabara como o governador mais impopular do Brasil, com a pior avaliação dentre os 27 estados do país, segundo levantamento feito pela piauí com base em dados do Ibope.
A rejeição a Pezão entre os eleitores fluminenses chegou a 82% na pesquisa Ibope divulgada neste sábado, 6 de outubro. Com o índice, chega a superar a atual marca de seu correligionário Michel Temer, o presidente mais impopular desde a redemocratização, rejeitado por 79% da população brasileira.
Apenas 3% consideram “boa” ou “ótima” a gestão do governador, o que rende a ele um saldo de 79 pontos negativos na opinião pública – o índice é medido pela diferença entre as avaliações positivas e negativas. A pontuação – inferior à de Temer, por exemplo, que detém salto negativo de 75 pontos – garante a Pezão a lanterna isolada do ranking de popularidade dos governadores.
A penúltima colocação é ocupada pela governadora de Roraima, Suely Campos, do PP. Candidata a reeleição num estado afetado pela crise migratória na fronteira com a Venezuela, Campos acumula um saldo de 61 pontos negativos – 70% dos eleitores roraimenses consideram sua gestão “ruim” ou “péssima”. A pontuação tem reflexos em seu desempenho nas intenções de votos: na pesquisa Ibope de sexta-feira, 5 de outubro, ela aparecia na terceira posição, com 12% dos votos válidos. Campos faz parte do rol de governadores que não devem conseguir renovar seus mandatos no pleito deste ano.
Entre eles está o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, do PSD. Com saldo de 44 pontos negativos, o político tem sua reeleição praticamente inviabilizada na disputa deste ano. Na pesquisa Ibope de 6 de outubro, Faria aparece com 15% dos votos válidos – distante 17 pontos percentuais do segundo colocado, tem poucas chances de avançar ao segundo turno. Também mal avaliado, com 4 pontos negativos no ranking, o governador de São Paulo e candidato à reeleição, Márcio França, encontra dificuldades para sair da terceira posição na disputa estadual. Ele tem 18% dos votos válidos, segundo pesquisa Ibope deste sábado.
O ranking serve de termômetro para as disputas estaduais. Dos onze governadores situados na parte inferior da tabela que disputam a reeleição, apenas Paulo Câmara, que busca novo mandato em Pernambuco, pelo PSB, lidera as intenções de voto em seu estado. Os demais candidatos brigam, em sua maioria, para chegar ou se manter na segunda colocação nas pesquisas.
Já no outro extremo da tabela, o índice de popularidade blinda governadores em busca de um novo mandato. Os seis candidatos que disputam a reeleição e contam com saldo positivo superior a 20 pontos estão garantidos no segundo turno. Isso, se houver: cinco deles podem vencer o pleito já no primeiro turno.
É o caso do governador do Ceará, Camilo Santana, do PT, que lidera o ranking de popularidade com um saldo positivo de 52 pontos. Na pesquisa Ibope de intenções de voto divulgada neste sábado, o petista chegou a 86% dos votos válidos. É líder isolado, com distância de mais de 70 pontos percentuais de General Teophilo, do PSDB, seu adversário mais próximo na disputa.
Detentor da segunda melhor média do ranking, com saldo positivo de 51 pontos, o governador de Alagoas, Renan Filho, do MDB, também deve se reeleger em apenas uma etapa. Na pesquisa Ibope divulgada em 5 de outubro, o emedebista apareceu com 83% dos votos válidos, sem adversários competitivos o suficiente para levar a eleição a um segundo turno.
O cenário é semelhante para o governador da Bahia, Rui Costa, do PT; o governador do Tocantins, Mauro Carlesse, do PHS; e o governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB. Os três candidatos ultrapassam a marca de 50% dos votos válidos nas pesquisas Ibope divulgadas em 5 e 6 de outubro e, sem oponentes à altura, têm grande chance de renovar seus mandatos já neste domingo.
PS: Na pesquisa Datafolha divulgada em 18 de outubro, Luiz Fernando Pezão chegou a 84% de rejeição entre os eleitores fluminenses. O seu saldo de popularidade passou a ser de -82.