Salve, salve, camaradas. É com muita satisfação que dou início a esta temporada aqui no blog da piauí pra compartilhar um pouco das coisas que ouvi ou tenho visto pelo mundo da música/arte nesta minha caminhada. Enfim, cá estamos nós.
Sem enrolação, pergunto: vocês já escutaram Potencial 3? Se não, indico. Sabem por quê? Porque hoje todo mundo fala de novo rap, novos temas, influências diferenciadas… Embora eu já tenha repetido isso à exaustão em centenas de entrevistas, acho que é legal mostrar alguns dos caras que plantaram a semente para que toda essa “nova” forma de fazer rap pudesse dar frutos tão interessantes como um Emicida, por exemplo.
O Potencial 3 tem aproximadamente 20 anos. Na teoria, são da velha escola. Mas é impressionante como esses caras foram visionários em questões como flows (a forma como os MCs chamam o fluxo de palavras inseridas em um instrumental) e ideias há 20 anos. A busca por uma forma única de fazer a música rap tornou o Potencial um dos grupos mais criativos do gênero no Brasil. Canções como “Mano de fé” e “Cabeça torta” se tornaram clássicos por redefinir a forma como as métricas eram colocadas e as dobras de voz eram feitas.
Voltei ao P3, como o Potencial é conhecido, por eles terem lançado recentemente um EP chamado “EPP3”. Infelizmente (e coloca infelizmente nisso), os blogs de hip hop, que deveriam compreender a importância do P3, desse retorno com a formação inicial após 12 anos, e dar mais atenção a esse trabalho, não o fizeram. Então eu aqui, no meio das minhas gavetas, estou reouvindo esse EP há semanas, pensando que se eu quisesse dizer pras pessoas como o hip hop é criativo ou como um grupo de rap pode e deve soar eu provavelmente diria: “Escute Potencial 3”.