A sorte do agente policial federal Dalmey Fernando Werlang começou a mudar na manhã de 14 de março de 2014, quando foi deflagrada uma enorme operação, chamada Lava Jato, que prendeu várias pessoas no Distrito Federal e em seis estados, entre elas o doleiro Alberto Youssef. Lotado no Núcleo de Inteligência Policial e reconhecido como especialista em escutas ambientais e grampos telefônicos, Werlang recebeu a visita de três pessoas em sua sala – Rosalvo Ferreira Franco, o superintendente da Polícia Federal no Paraná, e dois delegados, Igor Romário de Paula e Márcio Adriano Anselmo, ambos da Lava Jato.
Na conversa, ele conta que recebeu a ordem de instalar uma escuta ambiental na cela que viria a ser ocupada por alguns dos presos na operação recém-deflagrada. As gravações deveriam ser repassadas para Adriano Anselmo ou a delegada Érika Mialik Marena, também integrante da força-tarefa da Lava Jato.
Werlang preparou um áudio transmissor modelo AT-160 para ser instalado na cela indicada. Após três semanas, o delegado Romário de Paula foi até a sala de Werlang e ordenou que apagasse todas as gravações. “Mas o que houve, doutor? Vocês não tinham autorização judicial para a escuta?”, perguntou o agente policial. “Não, nós pedimos, mas…”, respondeu o delegado. Começou aí um movimento para esconder a ilegalidade cujos capítulos são detalhadamente narrados por Felippe Aníbal, na piauí deste mês.
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