O repórter russo Ivan Golunov já passou pelas redações do canal de tevê independente Dozhd (também conhecido como tv Rain), do jornal econômico Vedomosti, do site Republic, do conglomerado de mídia RBK e já publicou reportagens na revista norte-americana Forbes.
Hoje, integra a equipe do portal Meduza como correspondente especial, onde assina reportagens especialmente sobre escândalos de corrupção. E também é onde, nos dois últimos meses, se tornou o jornalista mais conhecido do país.
Isso aconteceu quando teve a prisão decretada por tráfico de drogas em grande escala, por supostamente ter na mochila cerca de 4 g de mefedrona (uma droga sintética), e depois disseram ter encontrado 6 g de cocaína no apartamento que ele estaria em Moscou. A acusação foi considerada uma tentativa de silenciar o profissional, que investigava o pagamento de propina para agentes que administravam ilegalmente os cemitérios públicos de Moscou.
Entre os indícios da acusação forjada estão o fato de que os agentes demoraram cerca de catorze horas para informar sobre a detenção do repórter e publicaram na internet fotos do suposto material confiscado: foi comprovado que a maior parte dessas fotos era falsa e elas foram apagadas posteriormente. A acusação poderia manter o jornalista preso por um período entre dez e vinte anos.
Ele ficou detido por quase uma semana e depois aguardou julgamento em prisão domiciliar. A acusação acarretou a mobilização da imprensa nacional e internacional e resultou em manifestações de setores e da população. Na sequência, o processo contra o jornalista foi encerrado.
No Festival Piauí de Jornalismo ele vai contar mais detalhes desse episódio na conversa com a repórter da piauí Thaís Bilenky e o colunista da Folha de SP Jaime Spitzcovsky.