O percentual de estudantes pretos, pardos e indígenas nas universidades brasileiras era historicamente muito baixo. Em 1999, eles eram apenas 15 a cada 100 estudantes, embora representassem quase metade da população brasileira. A partir de 2000, a participação de negros e indígenas só aumentou, graças a políticas públicas de ação afirmativa e democratização do ensino superior. A Lei de Cotas, instituída em 2012, foi decisiva para esse processo ao reservar para negros, indígenas e alunos da escola pública pelo menos 50% das vagas disponíveis no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), principal porta de entrada na universidade. Com isso, a parcela de alunos negros e indígenas nas universidades triplicou em 20 anos no Brasil: em 2019, eles eram 46 a cada 100.
Até hoje, porém, que a democratização do acesso à universidade não se deu de forma igual em todos os cursos. Estudantes negros e indígenas ainda estão sub-representados em cursos considerados “de elite”, como medicina, direito e as engenharias. Para especialistas, questões estruturais, como a qualidade do ensino básico e a altíssima competitividade nos exames de ingresso nas universidades, acaba atrapalhando uma distribuição igualitária das vagas em todas as áreas.
Fonte: Caderno de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais do Inep