Em 1971, integrantes do Exército encarceraram quinze militares a pretexto de investigar um suposto tráfico de maconha nas dependências do 1° Batalhão de Infantaria Blindada (BIB) de Barra Mansa, no estado do Rio de Janeiro. Todos eles foram espancados e receberam choques elétricos, no mesmo local que o quartel usava para a tortura de presos políticos. Esses crimes, ao contrário do que era comum na ditadura, não foram acobertados pela Justiça Militar. Houve uma investigação, e os acusados foram julgados e condenados. O processo, entretanto, correu em segredo de Justiça, para que a opinião pública no Brasil e no exterior não considerasse o caso uma prova da existência de tortura no país.
Os autos do processo que julgou a série de crimes cometidos pelos militares do 1º BIB ficaram inacessíveis por décadas e foram obtidos agora pela cientista política Glenda Mezarobba, graças a uma parceria entre o Instituto Vladimir Herzog e a agência de dados Fiquem Sabendo, especializada na Lei de Acesso à Informação. Em texto feito com exclusividade para a piauí, Mezarobba conta em detalhes o desenrolar desse caso extraordinário que põe em xeque a tese de que a tortura não era uma prática sistemática no regime militar.
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