O
rabino Alexandre Leone se arrependeu de ter participado do ato inter-religioso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC durante evento contra a ordem de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira, 6 de abril. O religioso publicou um vídeo no Facebook pedindo desculpas aos membros de sua comunidade. Na gravação, Leone afirma que foi um erro ter ido ao evento sem avisar a comunidade Bnei Chalutzim de Alphaville, da qual é rabino. “Minha participação foi desacertada.”
Para a câmera, Leone leu um comunicado: “Aprendi que as coisas facilmente saem do controle. Lamento que tenha exposto, envolvido e atingido pessoas da nossa comunidade. Daqui para a frente, só voltarei a participar de eventos inter-religiosos na condição que hajam garantias expressas de espaço para eu manifestar que represento apenas a minha instituição. E que eu tenha alinhado previamente a minha participação com a minha comunidade.” Publicou e pediu que espalhassem a mensagem.
Ao lado de representantes de outras religiões, Leone esteve no carro de som em frente ao sindicato, em São Bernardo do Campo, que serviu de palanque para que sindicalistas, militantes e lideranças do PT, PC do B e PSOL protestassem contra a prisão de Lula.
Segundo Nelson Nisenbaum, membro da Frente Inter-religiosa do ABC, e que discursou no mesmo evento, o rabino foi pressionado por sua comunidade tanto por causa da exibição de uma bandeira da Palestina durante a cerimônia quanto por ela ter sido um ato político em favor de Lula.
As pressões contra o rabino se multiplicaram nas redes sociais. Usuários capturaram imagem do evento em que Leone aparece próximo a um militante que balança uma bandeira da Palestina. A cena serviu de pretexto para que pessoas acusassem Leone de ser anti-Israel. “‘Rabino’ Alexandre Leone no carro de som. Pró-Lula. Anti-Israel. Não nos representa. Aliás não representa ninguém”, escreveu o usuário Henri Schipper.
Em seu vídeo de desculpas, Leone diz se identificar intelectualmente com ideais humanistas e que atendeu a um pedido para participar de um ato inter-religioso, com ideias de paz e democracia. Ele disse que não tinha a intenção de ofender a comunidade israelita.
Procurados, Leone e a comunidade Bnei Chalutzim não responderam aos pedidos de entrevista. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC afirmou que não vai se manifestar sobre o caso.