As mulheres brasileiras dedicam quase o dobro de tempo que os homens aos afazeres domésticos e ao cuidado de pessoas. São 21,3 horas semanais, contra 11,7 horas, em média. Os dados são da Pnad Contínua, pesquisa do IBGE que entrevistou pessoas com 14 anos ou mais para saber quanto tempo de suas vidas é gasto com trabalho não compulsório, isto é, trabalho sem remuneração – como preparar alimentos, faxinar, fazer pequenos reparos, cuidar de crianças e pessoas doentes. A pesquisa mostra que, na vida doméstica, a desigualdade de gênero se manifesta desde a juventude: 86% das mulheres com idades entre 14 e 24 anos cuidam de afazeres da casa; entre os homens da mesma idade, só 69%. O =igualdades mostra, com dados, como as tarefas domésticas sobrecarregam as mulheres brasileiras.
Em 2022, as brasileiras gastaram, em média, 21,3 horas semanais cuidando da casa ou de pessoas, enquanto os homens gastaram 11,7 horas. Essa discrepância já foi maior: em 2019, as mulheres trabalharam, em média, 10,6 horas a mais do que os homens.
Se as mulheres pudessem recuperar o tempo que gastam a mais do que os homens cumprindo tarefas domésticas (9,6 horas, em média), poderiam fazer muitas coisas: a cada semana, conseguiriam se exercitar por 1 hora diariamente, além de assistir um longa-metragem e passear durante 2h30.
Em 2022, segundo a Pnad, 92% das mulheres brasileiras se dedicaram a tarefas domésticas ou a cuidar de pessoas. Entre os homens, a proporção foi de 81%.
Os homens gastam mais tempo cumprindo tarefas domésticas quando moram sozinhos. Para as mulheres, é o inverso: elas têm mais trabalho quando dividem o lar com alguém.
As mulheres desempenham mais atividades ligadas à alimentação, cuidado com roupas e limpeza ou arrumação, segundo a Pnad. A única tarefa doméstica que os homens desempenham mais do que as mulheres é a realização de pequenos reparos em casa.
Os dados da Pnad mostram não só um recorte de gênero, mas também racial. Entre as mulheres brancas, 31,5% tiveram de cuidar de pessoas, no ano passado. A proporção sobe para 36% quando se trata de mulheres pretas e 38% em relação às pardas.
A desigualdade entre homens e mulheres na vida doméstica começa cedo. Entre as mulheres com idades entre 14 e 24 anos, 86% cuidam de afazeres domésticos; entre os homens da mesma faixa etária, só 69% o fazem.
Fonte: Pnad Contínua – Outras formas de trabalho