O estado de São Paulo registrou, em 2020, o maior número de focos de incêndio em dez anos – foram 5.942 até 15 de outubro. Apenas nos dois primeiros dias deste mês, o número de focos de calor no estado ultrapassou o de todo o mês de outubro do ano passado. Mas o período mais crítico na região foi em setembro deste ano, quando São Paulo bateu um recorde no número de focos de incêndio – 2.254, o maior total já registrado para esse mês desde que o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) começou o monitoramento, em 1998.
A Mata Atlântica, bioma que corresponde a 68% do território paulista, também registrou aumento na área devastada pelo fogo – até setembro foram 15.055 km², o equivalente a quase dez vezes o território da cidade de São Paulo. Este é o segundo ano seguido em que a área queimada no bioma fica acima de 15 mil km². Desde 2012, essa marca só havia sido superada em 2016, quando foram queimados 17.465 km² da Mata Atlântica.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o bioma hoje só dispõe de 29% de sua vegetação original. Estima-se que existam cerca de 20 mil espécies vegetais na Mata Atlântica – 35% das espécies de todo o Brasil.