É sua primeira vez no blog? Leia antes o post “Uma Introdução” (em português).*
I was sprawled on my bed on my first night back in the States, catching up with my best friend, when it slipped out.
I clapped my hand to my mouth, hoping he hadn’t registered what I’d just said. But my expression must have been of the utmost guilt. Within a second, he figured it out, and looked very offended indeed. I begged forgiveness with my eyes, but it was too late.
It was an offhand comment:
“Ah, that reminds me, I promised I’d send postcards to my friends back home.”
Back home being not small-town Virginia, nor Princeton, but – you guessed it – Rio. Everything from my midsummer sunburn to the cachaça nestled in my suitcase betrayed me; I’d gone native. I shivered at what everyone was saying was a balmy December (13 degrees C), thanked with “obrigada” and excused myself with a muttered “desculpa,” swore a furtive “filho da puta” at erratic drivers and in general found myself gawking at everything. I spent 17 years in the same town before leaving for college, but now it’s become utterly strange to me. Picture the population of Engenhão, but spread out over 10 square miles of sleepy forested hills. Everything is so far apart, all little red-brick buildings hugging the ground, and it feels lonely. Easy to say when you’re not elbowing your way through the multitudes on Nossa Senhora and wishing desperately for some solitude, of course. But I don’t feel like I’ve come home.
Of course it’s great to be with my family. But I have the oddest sensation that no time at all has passed. First of all, because nothing ever changes in my sleepy hometown except the occasional hideous open-air art installation, and second of all, because the past six months flew past with sadistic speed. I feel like a mediocre Rip Van Winkle, waking up from a nap at Posto 9 to find that six months have passed already. And now I’ve been ripped from my lar and deposited in what was, for all intents and purposes, my home. Almost like a bizarre body-snatching experiment where a carioca’s brain is transplanted into a Virginian’s body. It’s a disagreeable feeling, let’s leave it at that.
Mas vamos falar sério, gente. Era para eu escrever um texto de despedida hoje. Afinal de contas, meu semestre acabou, meu visto vai expirar, e estou escrevendo este post numa casinha no meio do nada virginiano, já em pleno inverno setentrional. Eu deveria resumir o que o Brasil me ensinou, de como foi ótimo aprender a relaxar e sambar e me bronzear num lindo país tropical e que eu usarei essas lições na minha vida aqui nos Estados Unidos e pronto, tchau tchau, fui. Mas não é assim. Não consigo me despedir do país, da minha cidade adotada, da vida que comecei no Rio (quase escrevi “aqui”, como se eu fosse olhar pela janela e ver o Cristo nas montanhas Blue Ridge) em junho.
A minha temporada em casa já parece uma espécie de exílio. Vou passar o próximo período em Buenos Aires, onde terei que começar tudo de novo. Volto já, muito felizmente, para passar o Carnaval no Rio. Ainda não comprei uma fantasia; todos meus amigos me dizem que dá para comprá-las em cima da hora, mas mesmo se eu não achar nada já dá para ir nos blocos como uma gringa apavorada.
Bom, meus queridos leitores, o blog terminou mas meu tempo no Brasil acabou de começar. E saio, como sempre, com um pouco de Noel – porque também não consigo lhes dizer “adeus”.
Adeus é pra quem deixa a vida
É sempre na certa em que eu jogo
Três palavras vou gritar por despedida:
“Até amanhã! Até já! Até logo!”