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Piauí lança série sobre a obra de Tom Jobim, com Arthur Nestrovski e Paula Morelenbaum

Violonista e cantora visitam clássicos do maestro, como Águas de março e Sabiá, em seis videoaulas

07ago2024_16h04

 

 

 

A piauí estreia hoje a série A longa arte de Antonio Carlos Jobim, que celebra a obra de um dos maiores artistas do país nos trinta anos de sua morte. A produção é composta por seis videoaulas musicais apresentadas pelo violonista e compositor Arthur Nestrovski, que serão divulgadas mensalmente no site da piauí e no canal da revista no YouTube. A cada episódio, Nestrovski faz com que as músicas se revelem por inteiro, ampliando o imenso prazer que é ouvir Tom Jobim.

 

 

Com duração média de 15 minutos, as aulas analisam alguns verdadeiros clássicos do nosso cancioneiro, como Águas de março, Sabiá e Retrato em branco e preto. Nestrovski tem a parceria de Paula Morelenbaum, cantora que integrou a banda criada por Jobim entre 1980 e 1990 para acompanhá-lo em shows e gravações. “Reencontrar essas canções foi ótimo. É um repertório que faz parte da minha vida”, afirma Paula.

 

“Para cada episódio, escolhemos uma ou mais canções para serem comentadas em detalhes, mostrando também exemplos ao violão. As escolhas são mais ou menos obrigatórias, como Desafinado e Garota de Ipanema no episódio sobre a bossa nova, ou Retrato em branco e preto ao falar da parceria com Chico Buarque. Mas cada uma é uma aula de composição e vai revelando maravilhas quanto mais de perto se escuta”, diz Nestrovski.

 

O violonista explica que “o escopo da produção de Jobim é muito amplo” e que “há uma marca pessoal que ele imprime em tudo o que faz, nos mais variados gêneros”. “Ele será conhecido para sempre como ‘o pai da bossa nova’. O que não está errado, mas é limitante. As canções deste gênero foram quase todas criadas entre 1958 e 1963, meros cinco anos de uma carreira com mais de quatro décadas. Ele já tinha criado muita coisa antes, a começar pela trilha de Orfeu da Conceição (1956), que marca o início de sua parceria com Vinicius de Moraes. E a partir da segunda metade dos anos 1960 começou a compor coisas que avançavam em direções muito diferentes da bossa nova. Basta pensar em Chovendo na roseira, Águas de março e outras obras-primas como Luiza e Passarim, todas com letra e música dele. Quanto mais distante da década de 1960, mais liberdade ele parecia se dar, compondo muitas vezes em moldes únicos, sem classificação. É bem o caso das canções ‘ecológicas’ da década de 1970, como Boto e Matita Perê, e várias peças instrumentais daquele período”, pontua o violonista.

 

 

A série gravada em São Paulo, na Associação Cultural Cachuera, tem produção da piauí, em coprodução com a Jobim Music, e patrocínio da Natura. A direção é de Renato Terra, responsável por documentários musicais como Uma noite em 67 e Narciso em férias, além das séries sobre Nara Leão e Tim Maia.