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    O eleito: a grande mentira de que a eleição de 2020 foi roubada ganhou força com a invasão do Capitólio e, mais crucial, com o fato de que Trump não pagou nenhum preço por isso CRÉDITO: MARK PETERSON-POOL_GETTY IMAGES_2024

questões vultosas

Trump, a presença fascista

Os grandes rivais das ideias progressistas não estão mortos, escreve o historiador Timothy Snyder

| 07 dez 2024_07h42
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“Foi um erro tratar Donald Trump como uma sucessão de ausências. Em geral, ele era criticado por carecer de algum pré-requisito que se julga necessário para exercer um alto cargo: boa educação, ou gramática correta, ou diplomacia, ou perspicácia nos negócios, ou amor pelo país”, escreve o historiador Timothy Snyder em um ensaio publicado na edição deste mês da piauí. “Mas essa falha é mais nossa do que dele. Trump sempre foi uma presença, não uma ausência: a presença do fascismo.”

Para o autor de Sobre a tirania, o fascismo atual está aninhado entre a oligarquia digital (Elon Musk) e a oligarquia dos hidrocarbonetos (Vladimir Putin). Donald Trump se comprometeu com os oligarcas do petróleo e gás do seu próprio país, assim como com Musk. “Os oligarcas trazem para o fascismo de hoje sua porta de entrada libertária: segundo eles, o governo é a fonte de todo mal. Enquanto vamos cedendo a essa lógica, os oligarcas dos hidrocarbonetos vão perfurando a terra, e os oligarcas digitais vão perfurando a nossa mente”, observa o historiador.

“O fascismo está agora nos algoritmos, nas vias neurais, nas interações sociais. Como não enxergamos tudo isso? Em parte, por acreditarmos que a história acabou, e os grandes rivais das ideias progressistas já estavam mortos, ou exaustos. Em parte, pelo excepcionalismo americano: ‘Isso não pode acontecer aqui.’”, continua Snyder. “Mas a maior parte foi simples autoabsorção: queríamos enxergar Trump em suas ausências, para que a nossa maneira de ver o mundo não fosse questionada. Assim, deixamos de ver sua presença fascista. Ao ignorar o fascismo, não conseguimos elaborar as previsões – fáceis – do que Trump faria a seguir. Ou, pior ainda, aprendemos a vibrar e nos excitar com nossos próprios erros, porque ele sempre fazia alguma coisa mais chocante do que esperávamos.”

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