O Bom Parto é um dos bairros condenados na capital alagoana por causa das escavações da Braskem. Os outros são Flexal, Bebedouro, Mutange e Pinheiro. Bairros de classe média baixa, exceto o último, que abrigava famílias de maior renda. Nessas áreas, que correspondem a 20% de Maceió, quase 60 mil pessoas tiveram que desocupar suas casas.
As 35 minas de sal-gema da Braskem foram escavadas com cerca de 1 km de profundidade no período que vai da década de 1970 até 2019, quando os trabalhos foram interrompidos, depois dos primeiros afundamentos. Desde 2018, a catástrofe em Maceió vinha ocorrendo em câmera lenta, com o afundamento progressivo do solo. Nos últimos dias, o processo acelerou, chegando a 5 cm por hora em 30 de novembro. Um dia antes, a prefeitura decretara estado de emergência na cidade, após o solo ceder quase 2 metros. No início da tarde de 10 de dezembro, a mina 18, sob o bairro Mutange, começou a desmoronar. A cidade permanece em estado de alerta.
O fotógrafo Victor Moriyama visitou um bairro da capital alagoana afetado pelas escavações – e registrou a rotina dos moradores. Confira o portfólio completo na edição de janeiro da piauí.