O tamanho e a diversidade do eleitorado brasileiro avançaram desde as eleições gerais de 2018. Embora mulheres e homens adultos de meia idade continuem formando o ponto de sustentação da pirâmide etária do voto, em 2022 mais jovens estão aptos a participar do pleito, resultado da campanha massiva que artistas e influenciadores realizaram nas redes sociais no início do ano. O Tribunal Superior Eleitoral também registrou um crescimento de 35% na emissão de títulos para pessoas com deficiência, e a inclusão de nomes sociais nos documentos de eleitores transgêneros cresceu 374%. A quantidade de brasileiros residentes no exterior e habilitados para votar também está maior. Nesta semana, o =igualdades faz o perfil do voto para as eleições de 2022.
A pirâmide etária do eleitorado brasileiro é dominada por mulheres adultas. Não à toa, é delas que o presidente Bolsonaro vem buscando apoio para se reeleger. As brasileiras de 30 a 44 anos representam 16% dos votantes, a parcela mais expressiva entre todos os grupos etários. Entre os homens, a parcela com mais eleitores está entre 25 e 39 anos – 23 milhões, 15% do total.
Cerca de 156 milhões de brasileiros estão aptos a votar em 2022 – um aumento de 6,2% em relação a 2018, quando o país registrou 147 milhões de eleitores. Somando quem vai votar pela primeira vez, estrangeiros naturalizados, adultos e idosos regularizados, 9,1 milhões de novos títulos foram emitidos para este ano. O número é maior que o do eleitorado da Bélgica na última eleição do país, que em 2019 ficou em 8,1 milhões.
A mobilização digital para estimular os jovens a participarem das eleições surtiu efeito. Em 2022, 2,1 milhões de jovens de 16 e 17 anos emitiram o título de eleitor e estão aptos a votar em outubro. É um recorde, segundo o TSE. Para se ter uma ideia, são 700 mil jovens eleitores a mais que em 2018.
A adesão juvenil à eleição foi ainda mais expressiva entre as mulheres. Desde 2014, o TSE nunca habilitou tantas eleitoras de primeiro voto quanto agora. Cerca de 1,1 milhão de garotas de 16 e 17 anos estão regularizadas para ir às urnas em outubro, 63% a mais que em 2018.
Neste ano, o número de pessoas trans que solicitaram a inclusão do nome social no título de eleitor é cinco vezes o de 2018. Naquele ano, o TSE incluiu o nome social em 7.945 títulos de eleitor. Em 2022, 37.646 alterações foram registradas – um aumento de 374%.
Mais brasileiros residentes no exterior poderão votar este ano. Ao todo, 697.078 eleitores fizeram o cadastro para votar à distância – um aumento de 39% em comparação com 2018. Há quatro anos, o eleitorado do exterior totalizava 500.727 brasileiros.
Nas eleições presidenciais de 2014 o eleitorado tinha 426 mil pessoas com algum tipo de deficiência; em 2018, eram 940 mil. O grupo chega a 1,3 milhão de eleitores com deficiência em 2022, três vezes o registrado no pleito ocorrido há oito anos.
Com cerca de 15,5 milhões de idosos eleitores aptos a votar neste ano, o Sudeste é a região brasileira campeã desta faixa etária. Os votantes acima de 60 anos representam 23% dos eleitores da região. Ainda, o número é maior que o eleitorado total do Centro-Oeste (11,5 milhões) e do Norte (12,5 milhões).
Fontes: Tribunal Superior Eleitoral (TSE); Governo da Bélgica