Apenas 64% das escolas públicas no Brasil disponibilizaram aulas ao vivo ou gravadas para seus alunos durante o ano letivo de 2020, fosse por meio da internet, do rádio ou da televisão. Ou seja: um terço das escolas públicas não teve aulas remotas no ano da pandemia, quando 99% da rede de ensino suspendeu as aulas presenciais em algum momento. Em alguns estados, a proporção foi ainda menor. No Amazonas e no Pará, só 33% das escolas públicas ofereceram aulas remotas. Entre as escolas particulares, no Brasil todo, o cenário foi outro: 88% delas promoveram esse serviço na pandemia.
O que esses dados mostram é que, para uma parcela expressiva dos estudantes brasileiros, o ano de 2020 foi um apagão educacional. Além do fato de muitas escolas não terem oferecido aulas à distância, estima-se que milhões de alunos sequer tiveram acesso à internet durante a pandemia. Quando o coronavírus aterrisou no Brasil, forçando a suspensão das aulas presenciais, havia 4,3 milhões de estudantes com 10 anos ou mais sem acesso à internet. Nada indica que isso tenha melhorado: no ano letivo de 2020, apenas 6,6% das escolas públicas garantiram internet em casa para seus alunos.
Os dados foram obtidos pelo Inep – o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – a partir de um questionário enviado a todas as 179 mil escolas da rede básica no Brasil, das quais 168 mil (94%) responderam.
Fonte: Pesquisa “Resposta educacional à pandemia de COVID-19 no Brasil” (Inep).