A crise climática, o desmatamento na Amazônia e a proteção aos povos indígenas não costumam ser temas centrais das campanhas eleitorais no Brasil. Mas deviam: a existência de um país habitável a médio prazo e o futuro das nossas cidades, dos nossos biomas e da nossa economia – a começar pelo agronegócio – dependem das políticas públicas que estamos adotando no presente em relação a esses temas.
Cientistas de várias disciplinas têm feito um diagnóstico eloquente do que significa o mundo mais quente em que já estamos vivendo. Os países do mundo precisam cortar pela metade suas emissões de gases do efeito estufa até o fim desta década caso queiram limitar o aquecimento global a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais. A outra opção é um mundo com mais guerras, mais doenças, mais desigualdade, menos água e menos comida.
Os pesquisadores têm alertado também para a iminência do ponto de não-retorno na Amazônia – um patamar de desmatamento a partir do qual a floresta perderá a capacidade de se regenerar e de gerar as chuvas que irrigam a agricultura no Centro-Oeste e no Sudeste do país. Apesar dos avisos, a derrubada da floresta amazônica não para de crescer e voltou a atingir níveis que não se via nos últimos quinze anos, como reflexo de uma política que enxerga o meio ambiente como um obstáculo para o desenvolvimento do país.
É com essas questões em mente que a piauí decidiu realizar a nova temporada de seu podcast de ciência e meio ambiente, A Terra é redonda (mesmo) – é sempre bom reforçar. Com oito episódios semanais a partir de terça-feira, 16 de agosto, o programa vai discutir as principais ameaças ao meio ambiente e os maiores desafios que o Brasil tem para se preparar para o mundo da emergência climática.
Como na primeira temporada, fomos atrás dos especialistas para entender a dimensão dessa crise e os caminhos que devemos tomar para enfrentá-la. Com a proximidade das eleições, estamos de olho nas propostas dos candidatos e nas políticas públicas que os futuros eleitos podem adotar na área de clima e meio ambiente, para que possamos exercer o voto baseado em evidência nas eleições de outubro.
Ao longo dessa jornada, vou contar com as análises de Natalie Unterstell, especialista em políticas públicas ambientais e presidente do Instituto Talanoa, que está realizando a temporada em parceria com a piauí, com produção da Trovão Mídia. Vamos tratar das muitas dimensões da emergência climática e dos caminhos para fazer frente a ela.
Convido você a acompanhar nossas conversas a partir do dia 16/8 em seu tocador predileto de podcast, no YouTube ou no site da piauí.