Orfeu da Conceição: Tom e Vinicius, a canção brasileira moderna_episódio 2
A segunda aula da série A longa arte de Antonio Carlos Jobim, que celebra a obra de um dos maiores artistas do país nos trinta anos de sua morte, analisa as canções da peça Orfeu da Conceição, de 1956. A trilha sonora inaugurou a parceria entre Jobim e Vinicius de Moraes, autor do texto teatral. O material já está disponível no canal da piauí no YouTube.
Orfeu da Conceição tem como inspiração o mito grego de Orfeu, um jovem tocador de lira que, diante do falecimento da amada Eurídice, decide buscá-la no reino dos mortos. Na versão brasileira, seu enredo teve como cenário os morros cariocas e os atores eram majoritariamente negros. A produção estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com cenografia de Oscar Niemeyer.
Mais uma vez acompanhado pela cantora Paula Morelenbaum, o violonista e compositor Arthur Nestrovski passeia pelo cancioneiro do espetáculo, esmiuçando canções como Se todos fossem iguais a você, A felicidade, Lamento no morro e Modinha. São as primeiras colaborações de uma amizade que foi transformadora para a música popular brasileira.
“Eles [Vinicius e Jobim] se deram bem desde o primeiro encontro. A partir de um determinado momento, passaram a compor coisas absolutamente espantosas e muito diferentes do que se tinha até então no campo da canção brasileira, do ponto de vista musical e da poesia”, explica Nestrovski.
Renato Terra, que assina a direção da série, complementa: “Nestrovski explica neste episódio por que a música brasileira nunca mais foi a mesma depois que a música de Jobim encontrou a poesia de Vinicius.”
A série gravada em São Paulo, na Associação Cultural Cachuera, é realizada pela piauí em coprodução com a Jobim Music, e tem o patrocínio da Natura.