20jul2016 | 13h08 | Olimpíadas

Em simulação de combate ao terrorismo, militares desembarcam em frente à ciclovia Tim Maia

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PROJAC ─ “Realismo é tudo”, vaticinou o almirante Olegário Ribamar Bisneto, chefe das Forças Armadas, após simulação de combate ao terrorismo na ciclovia Tim Maia. “A Fátima Toledo sempre ensinou que o ator precisa vivenciar o personagem na carne. Pois o militar também precisa. Por isso, sou muito grato ao prefeito Eduardo Paes.”

O almirante referia-se ao acordo, firmado com o alcaide do Rio de Janeiro, que culminou na queda de trecho da recém-construída ciclovia, entre os bairros do Leblon e de São Conrado. “Uma coisa é fazer um treino numa praia deserta, em que os militares são obrigados a imaginar que estão reprimindo civis numa suposta manifestação popular. A outra é invadir um território já destruído, turístico, onde houve mortes de pessoas inocentes, como se de fato ali tivesse caído uma bomba.” Ele foi além: “Mal comparando, seria como se o prefeito de Nova York tivesse tido a gentileza de matar algumas pessoas em frente à Estátua da Liberdade, visando apenas ao treinamento militar.”

Em seguida, Ribamar Bisneto explicou o roteiro da simulação. “Nossa ideia foi fingir que um grupo terrorista extremamente articulado tomou o Rio. Esse grupo passou, então, a ocupar a prefeitura e o governo do estado. Uma vez legitimado no poder, destruiu as finanças e repassou às empreiteiras a verba que deveria ser dos hospitais e do sistema universitário. É isso que os militares tinham em mente quando chegaram à ciclovia derrubada.”

O próximo treino, marcado para depois das Olimpíadas, deve simular uma troca no comando do grupo terrorista. “Para dar mais realismo, estamos construindo o perfil de um líder tão mau, mas tão mau, que chega até a bater em mulheres”, revelou o almirante.