Em Havana, sentam-se à mesa emissários das Farc (em primeiro plano) e do governo colombiano. Iniciado há vinte meses, o diálogo abarca cinco pontos, incluindo o narcotráfico e a futura participação de guerrilheiros na política. A demora para um acordo final fortalece os opositores da negociação FOTO: DIVULGAÇÃO_FOTO DE OMAR NIETO REMOLINA
A guerrilha na mesa
Como as Farc e um doutor em línguas mortas negociam em Cuba o fim de um conflito de cinquenta anos na Colômbia
Carol Pires | Edição 92, Maio 2014
Não eram nem oito da manhã de 28 de fevereiro quando Fabián Ramírez chegou ao Palácio de Convenções, um edifício de 1979 na zona de embaixadas em Havana. Baixo, troncudo e bronzeado, com o bigode longo e ralo que é sua marca registrada, no lugar do costumeiro uniforme de camuflagem ele vestia calça social e camisa guayabera branca. Ramírez, codinome de José Benito Cabrera Cuevas, é um dos comandantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc. Contra ele existem 42 ordens de prisão e duas condenações por terrorismo, sequestro, subversão e homicídio qualificado. O governo americano já ofereceu 2,5 milhões de dólares por informações que levem a sua captura.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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