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    “O presidente me cobra quando tem que cobrar”, diz Dilma Rousseff. “Reconheço que, afetivamente – e mais ainda com essa história da doença –, ele me protege. Mas eu cumpro o que prometo” IMAGEM: ESTUDIOONZE_2009

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Mares nunca dantes navegados

A trajetória de Dilma Rousseff da prisão ao poder – e como ela se tornou a candidata do presidente Lula à sua sucessão

Luiz Maklouf Carvalho | Edição 34, Julho 2009

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DEPOIS DA CADEIA

Quando Dilma Rousseff era ministra das Minas e Energia, perguntei-lhe em que condições de saúde deixara a prisão. “Ninguém sai disso sem marcas”, respondeu em um gabinete da sede da Presidência da República em São Paulo. Foram três anos de cadeia: de janeiro de 1970, quando foi capturada no centro de São Paulo, ao final de 1972, quando saiu, 10 quilos mais magra, do Presídio Tiradentes. Estava com cerca de 57 quilos, usava manequim 42, tinha 25 anos, e a ditadura que a prendera e torturara, nove.

Uma das marcas à qual a ministra se referiu foi uma disfunção na tireóide, glândula no pescoço cuja principal função é a produção e armazenamento de dois hormônios que auxiliam a regular a taxa do metabolismo e afetam outros órgãos. “Um ano depois que saí da cadeia, a minha tireóide estava completamente detonada”, contou. “Foi a forma como o meu organismo reagiu a tudo aquilo. Desenvolvi um hipertiroidismo [produção excessiva de hormônios] e depois um hipo [o contrário]. Foi uma somatização. Mas me tratei e fiquei boa.”

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