vaca de presépio
Bote banca por um dia
Não sei se foi a primeira noite da árvore de Natal iluminada na Lagoa – com direito a fogos de artifício –, o Festival de Presépios inaugurado no Jardim de Alah, ou alguma coisa lida no jornal durante o fim de semana. O fato é que a expressão vaca de presépio veio à lembrança nos últimos dias.
Não sei se foi a primeira noite da árvore de Natal iluminada na Lagoa – com direito a fogos de artifício –, o Festival de Presépios inaugurado no Jardim de Alah, ou alguma coisa lida no jornal durante o fim de semana. O fato é que a expressão veio à lembrança nos últimos dias.
A origem do dito, contavam nossos avós, seria o movimento da cabeça, parecendo um “sim”, feito pela vaca do presépio da caixa de esmolas das igrejas. Quando alguém punha uma moeda, a vaca balançava a cabeça – daí se referir a quem sempre balança a cabeça, concordando com tudo, inclusive, ou principalmente, com a voz do poder.
Como sempre, a música popular já tratou da questão com sabedoria e graça no samba de Billy Blanco e Radamés Gnattali que, além da versão do próprio Billy Blanco, Elza Soares também gravou. Diz a letra: “Você concorda com tudo,/Não importa o que aconteça,/Que nem Vaca de Presépio,/Vai balançando a cabeça,/Eu não sei mais o que faça/Para lhe contrariar,/Você fica achando graça,/Tendo razão pra chorar./Bote banca por um dia/E uma vez me diga não!/Não deixe a monotonia/Morar na situação,/Também gosto de carinho,/Um chamego é coisa boa,/Mas até doce de coco,/Que é bom, a gente enjoa.”
As duas gravações podem ser ouvidas aqui e aqui.
Graças ao Carlos Alberto Mattos, fiquei sabendo que nem tudo está perdido – ainda há quem bote banca e, no caso, divulgue uma petição pública em que expõem “algumas preocupações sobre os caminhos ideológicos das políticas culturais cariocas”. A petição está disponível em http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N32851
Até hoje (5/12) cedo a petição tinha 224 assinaturas.
Houve tempo em que “os caminhos ideológicos das políticas culturais” não deixariam de provocar um debate público. Hoje predominam reclamações sotto voce e cabeças balançando, de acordo com tudo. Por que será?
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