O apelo desesperado de Mata Hari
O nome Mata Hari é hoje sinônimo universal de espiã, mas durante os primeiros quinze anos do século XX, foi, por outros motivos, um nome célebre na França. Designava então uma dançarina exótica que executava danças asiáticas com trajes bastante sumários, o que naquela época era pouco convencional e valera-lhe uma reputação de cortesã.
O nome Mata Hari é hoje sinônimo universal de espiã, mas durante os primeiros quinze anos do século XX, foi, por outros motivos, um nome célebre na França. Designava então uma dançarina exótica que executava danças asiáticas com trajes bastante sumários, o que naquela época era pouco convencional e valera-lhe uma reputação de cortesã.
Mata Hari era na verdade uma bela morena holandesa, de olhos negros. Nascida Margaret Gertrude Zelle, fazia-se chamar de Lady MacLeod, alegando um suposto casamento com um nobre inglês. Na verdade, o tal MacLeod era um plebeu holandês que a levou para a Indonésia, lhe fez dois filhos e a maltratou bastante antes que ela o deixasse. Aos 28 anos Margaret partiu para Paris, onde inventou para si uma bem sucedida carreira de dançarina misteriosa, aproveitando o que aprendera em Java. Seu nome artístico era Mata Hari (com um vago significado na língua de Bali), mas preferia apresentar-se socialmente como “Lady” MacLeod, em vez de usar seu nome artístico, de fama escandalosa.
O que fez com que Mata Hari se tornasse um personagem quase lendário e entrasse para o vocabulário comum de várias línguas? Muito atabalhoamento, muita imprudência e, por que não dizer, pouca inteligência. Esse coquetel explosivo levou ao imbroglio que resultou em sua execução como espiã pelo exército francês, em 1917, em plena Primeira Guerra Mundial.
Mata Hari foi considerada culpada de passar informações para os alemães, quando na verdade pouco mais havia feito do que dormir com alguns oficiais do campo inimigo.
A carta mostrada nesta página é dirigida ao governador militar de Paris logo após a prisão de Mata Hari, em fevereiro de 1917. É um apelo desesperado, que assina com seu nome completo, M. G. Zelle MacLeod. A notória dançarina dirige-se ao chefe militar três dias depois de ser presa e faz-se de total desentendida:
O advogado Edouard Chinet, que me conhece há doze anos, pode me recomendar junto ao senhor. Eu lhe imploro, senhor, que queira aceitar meu pedido. Muito respeitosamente”
Mata Hari nunca deixou a prisão. Apesar de uma apaixonada defesa de si mesma, diante do tribunal militar, foi condenada à morte e executada em outubro de 1917. Seu corpo foi entregue à faculdade de Medicina de Paris para ser usado nas aulas de dissecção dadas aos estudantes de medicina.
O governador militar de Paris conservou esta carta, que passou em seguida por várias coleções europeias e americanas, até ser adquirida por seu atual detentor.
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