Jango pede um favor a Juscelino
O documento reproduzido nesta página ajuda a evocar a avassaladora quantidade de trocas epistolares entre as diversas autoridades do século XX, quase sempre com o objetivo de obter empregos, recomendar pessoas ou trocar favores.
A pequena carta é interessante pois liga os nomes de dois protagonistas da política brasileira, que dois anos mais tarde tornariam-se presidente e vice-presidente da República: Juscelino Kubitschek e João Goulart.
O documento reproduzido nesta página ajuda a evocar a avassaladora quantidade de trocas epistolares entre as diversas autoridades do século XX, quase sempre com o objetivo de obter empregos, recomendar pessoas ou trocar favores.
A pequena carta é interessante pois liga os nomes de dois protagonistas da política brasileira, que dois anos mais tarde tornariam-se presidente e vice-presidente da República: Juscelino Kubitschek e João Goulart.
Escrita dez anos antes do golpe de 1964, no ano do suicídio de Getúlio Vargas, de quem Goulart era o Ministro do Trabalho, a carta é dirigida à Juscelino, então governador do Estado de Minas Gerais.
O assunto é trivial ”Meu caro governador, é com grande empenho que solicito as prezadas ordens do ilustre Amigo a fim de que os menores Edgar e Décio de Oliveira, com 9 e 10 anos de idade respectivamente, sejam internados no Curso Primário do Instituto João Pinheiro, nesta Capital. Muito grato ao interesse que dispensar à presente, cumprimenta-o João Goulart”.
Desde o século XIX cartas desse tipo eram trocadas constantemente entre políticos, pois o atendimento fisiológico com a decorrente criação de redes de gratidões, fidelidades e reconhecimentos sempre formou o essencial da tessitura política. Neste caso, Jango quer obter vagas no disputado curso primário do Instituto João Pinheiro e Juscelino, que sabe plenamente a importância de quem o solicita, despacha, em sua letra: “Atender e comunicar. Juscelino”
O assunto sobe à Secretaria de agricultura por ordem de um assessor e presume-se que tenha sido prontamente atendido, como mandava o governador.
Apesar de não tratar de um assunto palpitante da política da época ou de uma matéria que tenha mudado a história do Brasil, a carta é particularmente ilustrativa, com seus vários carimbos e despachos, do encaminhamento burocrático do atendimento às demandas que sempre caracterizaram a política brasileira.
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