O autógrafo de Nelson Mandela na Alemanha
A fotografia reproduzida nesta página o mostra na Alemanha em 1996 passando tropas em revista em companhia do presidente Roman Herzog. Mandela aceitou assiná-la a pedido de um diplomata alemão cinco anos mais tarde, em 13 de julho de 2001. Para melhor contraste com o fundo escuro da fotografia, optou por usar uma caneta Pilot dourada.
Poucos homens públicos terão sido tão exaltados no momento de sua morte como Nelson Mandela. Unanimidade mundial como apenas um punhado de outras neste século e no anterior, Mandela era tido, desde os anos 1990, como uma espécie de monumento vivo aos valores mais estimados da humanidade, pela coragem na defesa da causa universal que abraçou.
Talvez somente Winston Churchill, quase cinquenta anos atrás, teve na morte um reconhecimento tão impressionante. Não que ambos tivessem deixado de ser, em seu momento, mais que controvertidos. Mas a reavaliação avassaladora de seus méritos fez com que as polêmicas fossem esquecidas e somente a contribuição incontestável permanecesse.
O percurso pouco comum de Mandela – com quase três décadas passadas na prisão – tornou suas cartas, documentos e fotografias bastante raros, ainda que produzidos no decorrer de uma vida muito longa.
Algumas de suas cartas escritas na prisão, sobretudo ao final da pena, tem ressurgido em leilões internacionais, onde suscitam muita disputa. Objeto de veneração em seu país e no resto do mundo nos últimos vinte anos, Mandela respondeu com parcimônia aos inúmeros pedidos de autógrafos vindos de toda parte, o que fez com que qualquer peça que leve sua assinatura tenha hoje muita demanda.
A fotografia reproduzida nesta página o mostra na Alemanha em 1996 passando tropas em revista em companhia do presidente Roman Herzog. Mandela aceitou assiná-la a pedido de um diplomata alemão cinco anos mais tarde, em 13 de julho de 2001. Para melhor contraste com o fundo escuro da fotografia, optou por usar uma caneta Pilot dourada.
Ao assinar esta foto, já retirado da política, aos oitenta e três anos, Mandela preparava-se para uma última etapa serenamente gloriosa, mas algo melancólica, na companhia de sua segunda mulher, Graça Machel, viúva do presidente moçambicano Samora Machel. Ecos de disputas e da desmedida ambição de alguns de seus familiares chegaram à imprensa e à medida que sua saúde enfraquecia Mandela assemelhava-se ao refém de uma família que parecia querer lucrar sobre seu imenso legado imaterial.
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