Os affaires de Casanova
A vida agitada de Giacomo Casanova, veneziano de origem modesta (mas que se autoatribuiu o titulo de Cavaleiro de Seingalt) poderia por si só justificar sua imortalidade, pois Casanova em nada usurpou sua reputação de aventureiro-mor do século XVIII, e de incomparável Don Juan.
A vida agitada de Giacomo Casanova, veneziano de origem modesta (mas que se autoatribuiu o titulo de Cavaleiro de Seingalt) poderia por si só justificar sua imortalidade, pois Casanova em nada usurpou sua reputação de aventureiro-mor do século XVIII, e de incomparável Don Juan.
Mas Casanova é também hoje considerado um dos grandes escritores de seu tempo, dado o valor literário de suas “Memórias”, publicadas postumamente e que fizeram de seu nome próprio um arquétipo universal.
O manuscrito original das “Memórias” de Casanova, ? particularmente apreciadas pelos leitores franceses ? foi comprado há três anos pela Biblioteca Nacional da França, pela soma de sete milhões de euros, fornecidos por um doador anônimo. Havia sido conservado por muitas gerações de descendentes do seu editor original, na Alemanha.
A carta mostrada nesta página foi escrita quando Casanova tinha 41 anos, em 1766, e ainda estava por viver uma boa parte das peripécias que suas memórias narraram posteriormente.
O famoso aventureiro regressara no mês anterior após quase um ano na Polônia, de onde fora expulso por ter se batido em duelo com um amigo do rei e ter convivido de forma demasiado íntima com opositores (e opositoras) da coroa.
A carta deixa suspeitar um misterioso assunto que teria suscitado um mal entendido que envolvia Casanova e um certo conde de Bellegarde, a quem a missiva é dirigida, como mostra o trecho transcrito a seguir:
“No mesmo momento em que vossa excelência toma em meu favor iniciativa tão generosa, pela qual lhe sou grato, parece que lhe dá prazer escrever-me também uma bela carta mortificante”.
Mas é em outra frase da carta que se reconhece plenamente o Casanova que suas “Memórias” tornaram célebre:
“Infelizmente tenho pequenos assuntos que mantém a minha mente numa excitação contínua”.
Na tradução, a palavra “affaires” poderia ser interpretada tanto como “assuntos”, “interesses” ou, ainda, “casos”.
Podemos hoje nos perder em conjeturas imaginando que tipo de “pequenos assuntos” conseguiam obcecar de tal forma o espírito de Casanova.
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