Na eleição que terminou com a vitória de Bolsonaro, em 2018, pela primeira vez eu vi minha mãe se engajar numa campanha política: os mortos sempre a interessaram mais que os vivos CRÉDITO: LUCAS TONON_2022
Do fim do mundo ao bolsonarismo
“Minha mãe e seu mergulho no mundo das teorias conspiratórias”
Na piauí de novembro, Felipe Charbel conta como foi sua infância e adolescência na companhia de uma mãe generosa, dedicada – e inclinada a acreditar em teorias conspiratórias. Aos 12 ou 13 anos, ele se preparou para o fim do mundo, um apocalipse que foi minuciosamente descrito por sua mãe. “Primeiro, viria o aguaceiro. Seria uma tempestade de proporções bíblicas, como ninguém jamais tinha visto. As ruas virariam rios, os carros boiariam como brinquedinhos de plástico na banheira das crianças, a água jorraria dos bueiros em gêiseres altos como os prédios. Depois escutaríamos um estrondo, e uma onda gigante lavaria as ruas, arrastando postes, casas, árvores, bichos, pessoas. Mas eu não tinha o que temer. Minha mãe havia se inteirado de tudo nas viagens atrais que fazia durante o sono ou nas suas meditações do fim de tarde.”
O mundo de Charbel esteve por acabar muitas outras vezes. Mas, em meados de 2018, sua mãe começou a fazer uma movimentação atípica no Facebook. “No lugar de memes com alienígenas de queixo fino e olhos imensos, ela começou a publicar imagens de tanques e gente armada até os dentes. Ou, em vez de montagens toscas com personagens da novela A Viagem, ela passou a compartilhar fotos de Trump fazendo pose de galo de briga. Foi nesse momento que um certo ex-capitão do Exército Brasileiro passou a dar as caras no seu feed.”
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