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    CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2023

esquina

Pedagogia da desativação

Cidade luta para converter presídio em universidade

Leandro Aguiar | Edição 201, Junho 2023

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Oprodutor cultural Tiago Toth, de 29 anos, faz parte da minoria de adultos – só 2,4%, segundo o defasado Censo de 2010 – com educação superior em Ribeirão das Neves, município de 341 mil habitantes na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para concluir o curso de história, desdobrou-se trabalhando em um restaurante e como atendente de call center. Gastava quatro horas por dia em ônibus lotados. Em uma noite de 2016, voltando da faculdade em Belo Horizonte, Toth encontrou ambulâncias e carros de polícia perto de sua casa: um amigo seu fora morto com sete tiros, em meio a uma guerra de traficantes. “Quase todos os meninos que cresceram comigo estão presos ou morreram”, ele conta. “Para a minha geração, o tráfico era uma opção mais realista do que estudar.”

O realismo ganha ainda mais expressão em Ribeirão das Neves quando se sabe que há seis presídios instalados ali, abrigando 8 355 pessoas – a maior população carcerária de Minas Gerais. O estigma que pesa sobre a cidade é tamanho que, em 2013, o Diário Oficial do estado cometeu um ato falho: referiu-se ao município por seu apelido depreciativo, Ribeirão das Trevas.

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