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    Ramagem (na imagem maior), Bonates, Garzedim Freire e os equipamentos de espionagem: “A opacidade das polícias é enorme e o controle externo da atividade policial é muito precário” CRÉDITO: VITO QUINTANS_2023

anais da arapongagem

No reino da arapongagem

Como os órgãos oficiais abriram as comportas da espionagem ilegal no governo Bolsonaro

Allan de Abreu | Edição 207, Dezembro 2023

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Em março de 2019, três meses depois da posse de Jair Bolsonaro, o Brasil começou a abrir um mercado fértil para um setor que atua nas sombras – a espionagem. Um dos mais bem-sucedidos fabricantes de material de escuta e monitoramento do mundo, o israelense NSO Group percebeu a maré favorável e acionou seus representantes para vender equipamentos ao governo. Afinal, o então presidente dizia publicamente que não confiava no sistema de inteligência oficial. Suas declarações soavam como um convite às fabricantes para vender suas ferramentas intrusivas, sobretudo à Polícia Federal e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Um dos lobistas do NSO, o brasileiro Marcelo Comité Ferreira da Silva, arregaçou as mangas. Em um áudio de WhatsApp, obtido no âmbito de uma investigação do Ministério Público Federal e ao qual a piauí teve acesso, o lobista comenta as boas possibilidades que surgiam com o novo governo para oferecer seus produtos:

O Eduardo Bolsonaro, por exemplo, é um cara que é…. Dá pra gente chegar e fazer essa apresentação, entendeu? Eu vou fazer o seguinte, cara. Eu vou pegar, ver se eu pego o Ramagem, que é o cara que… é… ver se eu faço lá na DPF mesmo, que é uma coisa transparente pro Ramagem, e chamar o pessoal da inteligência do gsi, para apresentar isso lá… lá na DPF.

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