DEMOCRACHEDDAR – Dia importante na vida do americano Joseph Nobody. Morador de uma cidade pequena e pacata no estado da Pensilvânia – e negacionista convicto -, ele terá a responsabilidade de decidir, hoje, se o mundo vivenciará uma guerra nuclear e um cataclismo climático nos próximos quatro anos. Para isso, basta Nobody sair de casa para votar em seu bilionário fascista de estimação, o candidato republicano Donald Trump.

“Eu fico aqui imaginando a inveja que os republicanos do Texas ou os democratas de Nova York sentem de mim”, disse Nobody, envaidecido, referindo-se ao sistema eleitoral americano, onde a única coisa que importa são os votos de sete estados – que não o Texas e Nova York – cujos votos oscilam entre democratas e republicanos. “Os votos deles não importam. Já o meu vale mais do que o de um juiz da Suprema Corte.”

Pesquisa do site de análise política 538 indica que se Joseph Nobody sair de casa hoje, para votar em Trump, os imigrantes que vivem nos Estados Unidos passam a ter 327,8% de chances a mais de serem deportados, encarcerados ou assassinados por crimes de ódio que não serão investigados. Também aumentam consideravelmente as chances de os Estados Unidos deixarem o Acordo de Paris, voltarem a investir em carvão, e o mundo ser assolado por mais secas, tempestades e furacões.

A história pode mudar, claro, se Nobody decidir ficar em casa bebendo uma cerveja e assistindo a um jogo de baseball pela televisão. Neste caso, diminuem radicalmente as chances de uma guerra atômica e do caos climático, mantendo-se apenas o genocídio do povo palestino no Oriente Médio.