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A fidelidade de Niemeyer

A carta reproduzida nesta página é particularmente significativa, pois Oscar Niemeyer sugere em 1980 ao então responsável pelo Ministério da Educação e Cultura no Rio de Janeiro que o prédio seja batizado com o nome de seu idealizador, o Ministro da Educação na época de sua construção, Gustavo Capanema:

| 10 dez 2012_17h12
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Em seus quase 105 anos de vida, Oscar Niemeyer deve ter quebrado mais recordes que aqueles que sua morte, ocorrida na semana passada, fez evocar em todo o mundo. O menos significativo não terá sido o de quase oitenta anos de atividade profissional ininterrupta na arquitetura.

Alguns outros privilegiados genéticos terão tido também longuíssimas carreiras artísticas, mas muito poucos terão contribuído decisivamente para um marco absoluto em sua área tão cedo em suas carreiras.

De fato, Niemeyer é considerado hoje um dos principais responsáveis pela feitura daquele que é geralmente tido como o prédio mais importante da arquitetura brasileira no século XX: o então Ministério da Educação, hoje Palácio Gustavo Capanema, desenhado em 1936 quando Niemeyer tinha apenas 29 anos.

A partir de uma concepção original de Le Corbusier, Niemeyer ? membro júnior de uma equipe ilustre que também contava Lúcio Costa, ? deu a feição final a esse prédio admirável, que confirmou a orientação da arquitetura brasileira no sentido do modernismo, quando este ainda tinha muitos adversários poderosos, e embasou a melhor arquitetura brasileira dos vinte anos seguintes.

É quase inacreditável que Niemeyer tenha sobrevivido ainda ativo três quartos de século à sua primeira obra prima, hoje sede do Ministério da Cultura no Rio de Janeiro.

A carta reproduzida nesta página é particularmente significativa, pois sugere em 1980 ao então responsável pelo Ministério da Educação e Cultura no Rio de Janeiro que o prédio seja batizado com o nome de seu idealizador, o Ministro da Educação na época de sua construção, Gustavo Capanema:

Sempre fiel ao amigo que o apoiou, foi por este documento que Niemeyer sugeriu que se batizasse o prédio de Palácio Gustavo Capanema, nome pelo qual é hoje conhecido.

Curiosamente, apesar do longo tempo que teve para escrevê-las, as cartas de Niemeyer são pouco comuns. Por outro lado, quando solicitado por algum admirador a dar um autógrafo, Niemeyer fazia às vezes um pequeno esboço sucinto da catedral de Brasília. No álbum de uma senhora carioca, que lhe pediu para assinar pouco depois da inauguração da nova capital, Niemeyer preferiu deixar registrado o principal monumento de Brasília, o Congresso Nacional, que raramente redesenhou de forma tão elaborada. Também está reproduzido aqui este desenho a esferográfica, assinado “Oscar Niemeyer Filho”.

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