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Área queimada no Pampa é a maior já registrada pelo INPE

Camille Lichotti, Lianne Ceará e Renata Buono | 15 out 2020_09h30
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O fogo que consome o Pantanal e a Amazônia não se restringe a esses biomas. No Pampa, sul do Rio Grande do Sul, os incêndios se multiplicaram e o cenário nunca foi tão caótico. A área queimada nos nove primeiros meses deste ano é a maior já registrada na série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que acompanha os dados desde 2002. Até setembro, a área devastada pelo fogo foi cinco vezes a registrada no mesmo período de 2019 e totalizou 6.044 km² – o equivalente a doze cidades de Porto Alegre.

O número de focos de incêndio observados no Pampa também aumentou – de janeiro a outubro deste ano, foram 1.562, o terceiro maior valor desde 1998. Em todo o ano de 2018, por exemplo, foram registrados apenas 742 focos de calor na região. Ainda em 2019, primeiro ano da gestão Bolsonaro, houve um aumento de aproximadamente 110% no número de focos de incêndio. A dois meses do fim do ano, o número de incêndios no bioma já superou o valor registrado em todo o ano de 2019.  

O Pampa é uma região de grande biodiversidade, que ainda não foi completamente descrita pela ciência. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, existem aproximadamente três mil espécie de plantas e quase 100 espécies diferentes de mamíferos no local. Mas de todos os biomas brasileiros, o Pampa é o que tem menos representatividade no Sistema Nacional de Unidades de Conservação e compõe apenas 0,4% da área protegida no país. A pecuária é a principal atividade econômica da região, mas a expansão das monoculturas e pastagens coloca em risco a preservação local. Até 2008 restavam apenas 36% da vegetação nativa do Pampa. O aumento dos incêndios neste ano é mais um duro golpe no bioma mais desprotegido do Brasil. 

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