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Cinemateca mon amour

Até que enfim. A demora de oito meses, porém, é imperdoável. O prejuízo causado nesse período pela atuação desastrada do ministério da Cultura parece irrecuperável. Só o futuro dirá se o clichê “antes tarde do que nunca” ainda seria adequado. A esperança que resta é que, a partir de agora, ao menos a instituição possa ser salva e possa recuperar a excelência e o dinamismo característicos de sua atuação nos últimos dez anos.

| 16 set 2013_15h20
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Até que enfim. A demora de oito meses, porém, é imperdoável. O prejuízo causado nesse período pela atuação desastrada do ministério da Cultura parece irrecuperável. Só o futuro dirá se o clichê “antes tarde do que nunca” ainda seria adequado. A esperança que resta é que, a partir de agora, ao menos a instituição possa ser salva e possa recuperar a excelência e o dinamismo característicos de sua atuação nos últimos dez anos.

Flávia Guerra dá conta da manifestação que reuniu mais de cem pessoas no sábado, em São Paulo, diante da Cinemateca Brasileira. Ficamos sabendo, entre outras coisas, que apesar das evidências em contrário, ao menos em São Paulo ainda há uma classe cinematográfica. Menos mal.

Organizada pela Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas-Seção São Paulo (ABD-SP), Daniel Chaia, integrante da diretoria, declarou que a manifestação foi o começo de “uma série de outras ações” a serem feitas. De fato, sem desmerecer o mérito da manifestação, é preciso estabelecer uma interlocução construtiva com o ministério da Cultura baseada no respeito à autonomia da Cinemateca Brasileira. Sem isso, os recursos ora destinados a ela pela Secretaria do Audiovisual de pouco servirão.

Carlos Augusto Calil, de acordo com o texto de Flavia Guerra, indicou a questão crucial ao dizer que “as autoridades não percebem o significado do desmonte que vem ocorrendo desde o início da crise. É falta de sensibilidade do governo. São problemas do governo, não da Cinemateca. O governo que resolva seus problemas administrativos. Que mude as leis e encontre mecanismos de administração”.

Caso contrário, a cultura continuará a ser submetida à lógica da contabilidade e dos burocratas de plantão.

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