Jorge Murtinho
Jorge Murtinho foi autor do blog questões de futebol no site da piauí
histórias publicadas
A Bola de Ouro é furada?
A Bola de Ouro da Fifa é um prêmio individual e, embora o foco desse post não mire as acusações de manipulação, votos erroneamente computados, etc. – coisas contra as quais, por se tratar da Fifa, já estamos vacinados –, acho que podemos discutir o critério.
Saldanha e os seis a zero
Além de comunista convicto e inquebrável, João Saldanha sempre foi um cara do futebol. Jogou bola na praia e no campo, treinou o Botafogo e a seleção brasileira, carregou por muito tempo o troféu de comentarista mais respeitado por toda a torcida carioca, que pouco ligava para sua assumida paixão. (Saldanha costumava dizer: “Não sou filho de chocadeira, não tenho motivo para esconder que torço para o Botafogo.”) Aos neófitos e aos desavisados, talvez causasse revolta ver um cara tão ligado ao esporte pregar a utilização de um recurso tão antiesportivo. Pra mim soou normal, e a estratégia recomendada por Saldanha virou mais um ícone do que a paixão por esse jogo infernal é capaz de fazer com a gente.
Muita calma nessa hora
Os cambalachos de 1997 e 2000 foram tristes, toscos, injustificáveis, antiesportivos. Mas isso não significa que o Fluminense está proibido, para todo o sempre, de fazer valer seus direitos, porque aí estaremos institucionalizando a esculhambação. Exagerando o argumento, nenhum jogador suspenso vai cumprir suspensão contra o Fluminense. Nenhum time respeitará, em jogos contra o Fluminense, o regulamento referente aos prazos de inscrições. Jogos contra o Fluminense se transformarão num belo de um bundalelê onde vai valer tudo. Porque se o clube apelar depois, sofrerá bullying.
Os dois lados do tapete
Esse embrulho está sendo tratado de forma passional e maniqueísta. E a história tem dois lados, com razões pra lá e pra cá.
O dono das Laranjeiras
Histórias de fantasmas
Não sou o que se costuma chamar de um sujeito valente. Tenho medo de cachorro, pavor de motocicleta, detesto montanha-russa. Na última vez em que fui a um parque de diversões levei O dia Mastroianni, do João Paulo Cuenca, fiquei lendo e tomando conta das mochilas da minha mulher e dos meninos. Mas de uma coisa posso me orgulhar: fantasmas não me assustam.
O homem que deu um passo à frente
Não cheguei a ver Nilton Santos jogar, mas sempre tive o máximo de respeito pelo que ouvia das pessoas que me fizeram gostar tanto do jogo. E o homem era unanimidade, que certamente Nelson Rodrigues reconheceria como exceção à sua tese de que todas elas são burras.
Entretanto, até hoje – e parece que assim será para sempre – Nilton é vítima de uma injustiça: ter sua maior lembrança associada a uma jogada não de talento, mas de malandragem. Nada contra, futebol também tem muito disso, mas num caso tão especial como o de Nilton Santos, é inadmissível.
Um título dedicado ao grande Mano Menezes
A noite de 19 de setembro de 2013 vai ficar na história do Flamengo. Após um recuo displicente de Adryan, o Atlético Paranaense virava o jogo no Maracanã e pouco depois o treinador Mano Menezes pegava todo mundo de surpresa com seu pedido de demissão.
O cara que escolhe a profissão de treinador e assume a direção técnica de um clube como o Flamengo, o São Paulo, o Cruzeiro, o Grêmio – enfim, qualquer um dos nossos grandes – não pode pedir para sair quatro meses depois, sob a inaceitável alegação de que “não conseguiu passar para o grupo aquilo que ele pensa sobre futebol”.
A hora do chororô
Esse é o momento do campeonato em que os arautos da justiça veem balançar alguns dos seus argumentos a favor dos pontos corridos. E é também quando começa o generalizado chororô de quem não fez o que devia, e agora exige que os outros façam por ele.
Vanderlei Luxemburgo e sua boca de freira
O atual futebol brasileiro é pródigo em duas coisas: volantes que não acertam passes de meio metro e explicações para os recorrentes fracassos de Vanderlei Luxemburgo.
Parou no tempo. Não se interessa mais em estudar os adversários. Não busca alternativas táticas. Não tem mais paciência para administrar egos e cuidar das relações com os jogadores. Abusa de improvisos desnecessários. Não adota critérios transparentes em suas escalações. Utiliza métodos de motivação que, de tão superados, acabam tendo efeito contrário. Está muito mais preocupado com suas pretensas funções de manager do que em ajustar a equipe.