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Daniel Alarcón e o presídio de Lurigancho
O jornalista e escritor Daniel Alarcón pernoitou algumas vezes em Lurigancho, a maior e mais famosa prisão peruana, com mais de sete mil detentos
O jornalista e escritor Daniel Alarcón pernoitou algumas vezes em Lurigancho, a maior e mais famosa prisão peruana, com mais de sete mil detentos. Lá, o peruano-americano conheceu um pouco do cotidiano dos presidiários. Em 2013, Alarcón publicou na revista a reportagem Se buscan demócratas en la cárcel más peligrosa del Perú.
O jornalista relatou as condições violentas e insalubres em que vivem os encarcerados de Lurigancho, onde há apenas um policial para cada grupo de 100 detentos, o que facilita, segundo ele, o contrabando de drogas, celulares, tevê a cabo e outros produtos que tornam a vida dos presos menos insuportável. No cárcere, observou Alarcón, a comida é escassa, e os internos não fazem mais do que duas refeições por dia. Casos de overdose, em contrapartida, são comuns. Em todo o sistema carcerário do Peru há apenas 63 médicos para 49 mil detentos.
Além da observação direta da vida na penitenciária, Daniel Alarcón contou com a ajuda de presos que lhe forneceram manuscritos e e-mails para poder narrar suas histórias e escrever a reportagem. Em Lurigancho, o jornalista encontrou criminosos da China, Holanda, Itália, México, Nigéria, Espanha e Turquia – o que segundo ele fazia do lugar um ambiente com “uma cultura única e cosmopolita”.
A experiência na prisão também foi aproveitada pelo jornalista no romance À noite andamos em círculos, publicado neste ano.
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