Entre junho e setembro deste ano, 4 milhões de pessoas tiveram de abandonar suas casas para fugir de guerras ou violações de direitos humanos. Com isso, o mundo chegou ao número recorde de 114 milhões de pessoas deslocadas. Os países com maior número de refugiados são Síria, Afeganistão e Ucrânia. Os que mais os recebem são Irã e Turquia. Conforme tropas israelenses invadem por terra a Faixa de Gaza, os números tendem a aumentar. A ONU estimou que, depois de uma semana de guerra, 1 milhão de palestinos – o que corresponde a quase metade da população da Faixa de Gaza – já tinham largado suas casas. O =igualdades mostra a evolução do número de refugiados no mundo, de onde eles vêm e para onde vão.
Nos seis primeiros meses de 2023, foram registrados 1,6 milhão de novos pedidos de asilo no mundo, um número recorde. Segundo a ONU, os principais motivos para o deslocamento forçado nesse período foram a guerra na Ucrânia, conflitos no Sudão, no Congo e em Mianmar, e as crises climáticas e humanitárias na Somália e no Afeganistão.
Em junho, a população de refugiados da Síria, do Afeganistão e da Ucrânia somava 18,5 milhões de pessoas. Isso corresponde a 52% do total de refugiados no mundo. A Venezuela é o único país da América do Sul a ter um número tão expressivo de refugiados: eram 5,6 milhões em junho, a maioria deles espalhados por países vizinhos, como o Brasil.
Tanto o Irã quanto a Turquia abrigam 3,4 milhões de refugiados, segundo os dados de junho da ONU. A proximidade desses dois países com a Síria ajuda a explicar os números. A Alemanha, por sua vez, é o principal destino na União Europeia. Abrigava, em junho, 2,5 milhões de refugiados.
A Síria, que está em guerra civil desde 2011, responde pelo maior número de refugiados no mundo. Há 6,5 milhões de sírios vivendo em outros países por causa da guerra, e 23,2 milhões ainda vivendo no país.
De acordo com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), ao menos 1 milhão de pessoas já tinham se deslocado na Faixa de Gaza depois de uma semana de guerra. Com a invasão por terra que está sendo feita por tropas israelenses, o número tende a crescer nas próximas semanas.
De janeiro a junho deste ano, o Brasil acolheu 4,7 mil refugiados afegãos. É praticamente o dobro do que foi registrado de janeiro a dezembro de 2022. O Brasil oferece aos afegãos o visto humanitário mais abrangente do mundo. Eles ganham documentos, como o CPF, e passam a ter direito aos mesmos benefícios sociais dos brasileiros natos, inclusive o Bolsa Família. Por isso, o fluxo de afegãos para o Brasil vem crescendo.