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    Os diretores de Contagem: eles rechaçam a ideia de que sejam “representantes” das pessoas da periferia. “Nós falamos com essas pessoas, não em nome delas”, diz Maurílio Martins ILUSTRAÇÃO: VITO QUINTANS_2020

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Diretores de Contagem, cidade industrial em Minas Gerais, renovam o cinema brasileiro

Tiago Coelho | Edição 163, Abril 2020

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Quando Gabriel Martins chegou à Rua Imbuia, em Contagem, cidade vizinha a Belo Horizonte, acenou para um velhinho branco que descansava numa cadeira de balanço na entrada de uma pequena loja de móveis usados. “Ô, Seu Delardino!”, disse o rapaz negro, de 32 anos, cabelo black, indo até o homem para cumprimentá-lo. “Como vai o senhor? Bom demais?” Delardino balançou a cabeça positivamente e perguntou: “E os filmes?” “Estão indo, logo sai mais um.”

Gabriel seguiu pela rua, passou diante de mercadinhos, igrejas evangélicas e entrou na casa de Maurílio Martins, com quem não tem nenhum parentesco, apesar do sobrenome. É uma casa térrea, de muro alto, desmembrada de uma residência maior e contígua, onde vive a mãe do amigo. Na cozinha do conjugado pequeno e confortável, Maurílio, um rapaz branco de 41 anos, fazia um café. “Trouxe o filme, Gabito?”, ele perguntou. Gabriel enfiou a mão no bolso e sacou de lá um pen drive. Pouco depois, chegou André Novais Oliveira, um negro de 36 anos, alto e corpulento. Muito à vontade, André sentou-se numa cadeira diante da tevê e tirou o tênis. “Vamos assistir?”, disse Gabriel, ajustando o pen drive na tevê de 43 polegadas.

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Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz

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