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“Editores eram respeitosos demais com a Igreja”, diz Walter Robinson

11nov2016_17h41


Walter Robinson comandou a equipe do Boston Globe que investigou casos de pedofilia na Igreja Católica. O trabalho deu origem ao filme Spotlight, ganhador do Oscar. Robinson ​conversou com Bernardo Esteves, da revista piauí, e Renata Lo Prete, da GloboNews.

Depois da publicação dos primeiros casos de pedofilia, no início de 2002, a redação do Boston Globe passou a receber e-mails de todas as partes do mundo relatando outras ocorrências. “Só em Boston recebemos telefonemas de mais de 300 vítimas. As pessoas queriam contar sua história. Varias dessas vítimas achavam que aquilo só tinha acontecido com elas, aquela tragédia era só elas. Eu mesmo atendi o telefonema de um homem 87 anos que nunca havia contado que tinha sido estuprado por um padre aos 12 anos. Jamais falara do assunto com ninguém nos últimos 75 anos.”

A Igreja tomou a defensiva. “Publicamos mais de 600 matérias. Foram mais ou menos 20 meses de trabalho. O arcebisbo de Boston foi exilado. Quase nenhum bispo ou cardeal sofreu punições severas.”

Robinson sublinhou a importância de uma decisão judicial que lhes garantiu acesso aos documentos da igreja. “Um advogado fez uma moção para acessar esses arquivos. Uma juíza, católica, decidiu a nosso favor. Isso acabou abrindo um precedente. Em todos os outros casos, tivemos acesso aos documentos pessoais dos padres. Os documentos deixaram claro que principal objetivo da Igreja era manter isso em segredo.”

No começo da investigação, a equipe do Boston Globe trabalhou sigilosamente. “A gente tentou manter segredo em nossa própria redação. Mas o cardeal descobriu a investigação em dias. E me ligou. Eu disse que estava fazendo uma reportagem e, quando fosse a hora certa, ia entrar em contato.”

 

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A íntegra da conversa

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