Ilustração: Carvall
“Carne é pra quem tem dente de ouro”
País voltou ao mapa da fome e assunto foi um dos temas dominantes da campanha eleitoral
Num Brasil em que mais de 33 milhões de pessoas passam fome, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) disse mais de uma vez na campanha que esse não era um problema grave no país. Em setembro, a piauí mostrou a situação de centenas de pessoas que dormem nas filas dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) em Brasília, a meia hora do Palácio do Planalto, e esperam por meses para a inclusão no Cadastro Único (CadÚnico) e o recebimento de algum benefício social. O presidente abriu o cofre do Auxílio Emergencial e ampliou o número de beneficiários – mas, com a alta da inflação e o atual preço dos alimentos, mesmo quem foi incluído no programa teve dificuldades em pagar todas as contas e colocar comida na mesa. Nos restaurantes de comida popular, comerciantes substituíram carne bovina pela de porco, porco por frango e frango por ovo para tentar manter os preços e a clientela. Em agosto, Bolsonaro disse que “tem gente que passa mal”, mas ninguém vê pessoas pedindo pão na porta de padarias. Porém, em uma panificadora frequentada pelo presidente, pessoas dormem na calçada e ficam do lado de fora pedindo alimentos para ter o que comer.
Leia as reportagens e análises da piauí sobre a fome a subnutrição no Brasil:
Madrugada de fome a meia hora do Planalto
“Carne é pra quem tem dente de ouro”