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Festival Piauí GloboNews de jornalismo

festival 2015 | Sheri Fink e os dilemas éticos na cobertura de tragédias

Jornalista do New York Times e doutora em neurociência, Sheri Fink falou sobre as reportagens que a fizeram duas vezes vencedora do Pulitzer

10nov2015_17h36
Foto: Tuca Vieira
Foto: Tuca Vieira

Jornalista do New York Times e doutora em neurociência, Sheri Fink participou da última palestra do primeiro dia do Festival Piauí GloboNews de Jornalismo. A conversa foi mediada pelo fundador da revista piauí, João Moreira Salles, e por Cristiane Segatto, repórter especial de saúde da revista Época. Fink foi duas vezes vencedora do Pulitzer, o mais importante prêmio do jornalismo norte-americano. Da primeira vez, pela reportagem The Deadly Choices at Memorial, produzida pelo site ProPublica e publicada simultaneamente no New York Times, em que relatou os dilemas enfrentados por uma equipe de médicos ilhados em um hospital de Nova Orleans depois da passagem do Furacão Katrina pela cidade. O segundo prêmio veio pela cobertura da epidemia de Ebola na África, feita para o New York Times, em 2014.

Sheri Fink começou a conversa falando sobre a sua opção de trocar a medicina pelo jornalismo.

A jornalista americana falou sobre as coberturas de guerras, catástrofes e epidemias de que participou. Narrou as dificuldades pelas quais cinco jovens médicos passaram em um hospital durante a guerra na Bósnia, nos anos 1990. Durante a conversa, Fink também relatou o caso do Hospital Memorial, em Nova Orleans. Depois da passagem do furacão Katrina, a equipe de médicos e enfermeiros, ilhada e sem energia, precisou escolher quem morreria e quem ficaria vivo até a chegada do socorro. Sheri Fink contou que alguns pacientes receberam sedativos potentes e medicação que os levou à morte, o que gerou uma investigação sobre a prática de eutanásia e a prisão de médicos e enfermeiros. A jornalista afirmou que o episódio alimentou a discussão sobre a deliberação de provocar a morte de pacientes em casos extremos. “Essa decisão deve ser sempre a mais justa, transparente e deve ser discutida pela sociedade”, opinou.

Em seguida, a jornalista apontou os erros dos governos que não tomaram medidas urgentes logo após o surgimento da epidemia de Ebola, na África:

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