minha conta a revista fazer logout faça seu login assinaturas a revista
piauí jogos

Festival Piauí GloboNews de jornalismo

festival 2015 | Franklin Foer e a tensão entre jornalismo de profundidade e busca por cliques

17nov2015_20h49
Foto: Tuca Vieira
Foto: Tuca Vieira

O segundo dia do Festival Piauí Globo News de Jornalismo (domingo, 11 de outubro) abriu com o jornalista e escritor Franklin Foer. A mesa foi mediada pelo repórter de piauí, Bernardo Esteves, e pelo jornalista Ricardo Gandour, de O Estado de S.Paulo.

A conversa teve início com perguntas sobre a renúncia de Foer ao cargo de editor da revista quinzenal The New Republic (TNR) – publicação progressista, centenária, que vem sofrendo transformações profundas desde que foi comprada por Chris Hughes, cofundador do Facebook. O executivo Guy Vidra deixou o Yahoo para se tornar CEO da TNR e chegou com uma bagagem que incluía elementos da cultura do Vale do Silício. O choque entre os dois mundos – o jornalismo de profundidade e a busca por cliques – tornou insustentável a permanência de Foer: “O Vale do Silício acredita, entre outras coisas, na quantificação de dados para medir o sucesso de um conteúdo: se você não consegue aferir o sucesso, isso significa que você não tem sucesso. Quando dispomos de padrões, tendemos a repetir a mesma fórmula sempre. O tráfego na internet é como a heroína: é impossível parar a partir do momento em que se experimenta. Todos ficam analisando dados e impondo essa cultura quantitativa. É preciso resistir”, disse Foer.

Foer também criticou a ausência de regras para cercear o monopólio criado por corporações como Amazon, Google e Facebook. “Google, Facebook e Amazon são as empresas mais poderosas do mundo: eles controlam as informações. Nós nos deixamos seduzir pelo poder da tecnologia e não nos perguntamos mais como isso vai nos afetar. Ficamos cegos. Temo que entremos num mundo em que o monopólio seja inevitável e esmague a diversidade.”

Leia Também

Últimas Mais Lidas

O n+1 e o digital

O Nieman Lab, laboratório de jornalismo da Universidade Harvard, publicou em setembro uma matéria sobre como o n+1 tem se adaptado ao digital. Até há pouco tempo, os editores da revista de ensaio e cultura faziam questão de manter os textos exclusivos para o impresso. Agora, dez anos após a criação da revista, eles começaram a permitir o acesso de parte do conteúdo na internet para os assinantes, atraindo cerca de 180 000 visitas por mês. Um novo layout e uma presença mais ativa nas redes sociais também foram aprovados para este ano.

Gonzalo Frasca e o newsgame

O uruguaio Gonzalo Frasca é inventor dos primeiros newsgames, mistura de jornalismo com videogames. Desde o início dos 2000, seu blog Ludology.org tem sido fonte paras pesquisas acadêmicas sobre comunicação digital.

Local definido

O Festival Piauí acontecerá no Colégio Dante Alighieri, em frente ao parque Trianon, de acesso fácil por metrô e ônibus.

O native advertising do New York Times

Há dois meses, o artigo Women inmates foi publicado no site do New York Times. A reportagem, um retrato da população carcerária feminina nos Estados Unidos, incluía vídeos, fotos, estatísticas e rolagem interativa. Patrocinada pelo Netflix, a matéria foi bolada para divulgar o lançamento da segunda temporada de Orange is the New Black, uma série sobre prisões femininas. Pela qualidade do texto e o uso de recursos sofisticados, a iniciativa foi considerada um salto no native advertising.

Atavist

O Atavist é uma start-up de publicações digitais criada por um trio de jornalistas americanos que trabalhavam na Wired. Eles disponibilizam ferramentas para os assinantes criarem, programarem, publicarem e venderem seus próprios livros e reportagens digitais. O site também pauta repórteres para fazerem longas reportagens digitais. Eles têm chamado muita atenção no jornalismo digital, atraindo investimentos do Google, do NetScape, do PayPal e do Facebook.

Mais textos