09abr2010 | 15h30 | Internacional

Ciência confirma existência do Homo publicitarius

A+ A- A

Polegar opositor limitado: “Sempre pelas pontinhas.”

OXFORD – Foi uma semana importante para os estudos da evolução humana. Na quarta-feira, pesquisadores da África do Sul anunciaram a descoberta de uma nova espécie de hominídio, chamado , que viveu há quase 2 milhões de anos e pode ser a linhagem da qual se originaram os seres humanos modernos. Ontem, cientistas da universidade de Oxford, na Inglaterra, confirmaram uma hipótese que circulava há muito tempo entre evolucionistas: a de que um determinado tipo de Homo que habita os comerciais de televisão pertenceria a uma nova espécie, à qual os cientistas batizaram de Homo publicitarius. “A hipótese publicitária, como se tornou conhecida, surgiu com os primeiros anúncios de desodorante”, explicou o antropólogo John D. Ribercupple, do Instituto Linnaeus de Evolução, ligado à universidade inglesa. “Percebemos que as pessoas passavam o desodorante de maneira completamente diferente de nós, e começamos a desconfiar”, disse. Cientistas da equipe de Ribercupple levantaram a hipótese de que as glândulas sudoríparas da nova espécie se concentravam não só nas axilas, mas também nas costelas, nos peitorais e, de um modo geral, por toda a parte inferior do tórax, cuja característica morfológica específica “é ser tanquinho”, como explicou o antropólogo. Outro indício de que houve ramificação de espécie é a expressão de felicidade do Homo publicitarius no ato de passar o desodorante. “É evidente que eles possuem zonas erógenas desconhecidas por nós”, disse Ribercupple. Os cientistas também estudaram atentamente os homens e mulheres que aparecem em comerciais de cartão de crédito, e puderam constatar que também ali houve transformações importantes em relação à nossa espécie. Analisando o modo como as pessoas seguram o cartão de crédito, a equipe de cientistas de Oxford provou que o Homo publicitarius possui um polegar opositor de motricidade mais limitada do que a nossa. “Eles só conseguem segurar o cartão pela pontinha, e sempre com certa dificuldade”, explicou o antropólogo.

A equipe de Ribercupple está agora trabalhando com um grupo de teólogos para verificar se a nova espécie já desenvolveu um sistema próprio de crenças. “Tudo leva a crer que sim”, arriscou, “aquelas freiras de chapéu-asinha não existem fora do mundo deles. Consideramos que pertencem a uma nova hierarquia religiosa, que batizamos de Ordem das Freiras Publicitárias. Não conhecemos os seus mandamentos nem dogmas, mas sabemos que são jovens, belas e se surpreendem com muita facilidade, o que pode ser constatado pelo número de vezes que levam a mão aos lábios, um gesto característico da espécie.” Ribercupple também afirmou que elas lavam e passam muito bem. “Aquelas asinhas estão sempre imaculadamente brancas.”