21abr2010 | 15h38 | Internacional

Âncora de telejornais marcham em frente ao consulado da Islândia em protesto contra nome do vulcão

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Os âncoras dizem que sequer podem xingar as autoridades islandesas: “A primeira ministra deles se chama Jóhanna Sigurðardóttir. O Paulo Henrique Amorim tentou dizer e sofreu uma embolia.”

SÃO PAULO – “Nos Estados Unidos, a CNN saiu do ar porque o Anderson Cooper tentou dizer o nome, engasgou e quase morreu diante de milhões de espectadores”, desabafou William Bonner, revoltado. Ele expressava o sentimento de indignação dos mais importantes âncoras da televisão brasileira que desde quinta-feira passada são obrigados a pronunciar ao vivo a palavra várias vezes por dia. "Vocês já repararam nos perigos disso? Como se já não bastassem aquelas letras todas, precisava terminar com aquelas duas últimas sílabas?! Somos assistidos pela família brasileira!" gritava Boris Casoy para um funcionário do consulado que se mantinha à distância, visivelmente assustado. Sérgio Chapelin se mostrava tão desanimado que sequer tinha forças para protestar. “Quando prenderam aquele mafioso Buscetta, achei que tínhamos chegado ao fundo do poço. Mas éramos mais jovens, fomos valentes e aceitamos o desafio. Agora isso.” William Waak era um dos mais destemperados. “O que a Islândia está fazendo comigo é desumano! Eu digo aquilo à meia-noite! É tarde, estou com sono!”. “E eu tomo vinho!”, retrucava, aos brados, Renato Machado, insistindo que o desafio maior era dele, não de Waak. "Tenta dizer aquilo às 7 da manhã com dois chardonnays na cabeça!", berrava.  Os dois jornalistas chegaram a se confrontar e só não chegaram às vias de fato por que Fátima Bernardes interveio. Bernardes era uma das vozes mais comedidas do protesto. “Não adianta a Christiane Pelajo ficar aí aos gritos sugerindo nomes alternativos para o porteiro do consulado, que nem é islandês. O homem veio de Corumbá.” Pelajo não se deixou convencer e, até o fechamento dessa edição, podia ser vista, aos prantos, gritando agarrada às grades do consulado: “Por que não Zé? É um bom nome. ‘As nuvens do vulcão Zé ocupam os céus da Europa!’ Também pode ser Chico. Se vocês preferirem, com ipsilone e tudo. Chyco!”

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Vídeo educacional mostra como repórteres devem pronunciar o nome do vulcão. Clique aqui para ver (sugerido por Denise Bresciani via Facebook)