17jan2013 | 15h15 | Hieroglifos

Segunda Edição Concurso Cultural “Decifre um crítico” – COCUDUC II

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Concurso encerrado. Conheça o vencedor aqui

TERESINA – É com renovada emoção que convocamos os mais valorosos leitores deste diário para a alta tarefa de desvendar um pequeno trecho da crítica cinematográfica, de resto bela e clara, publicada hoje em o Globo. A passagem em questão nos encheu do mesmo temor reverencial que certos povos primitivos experimentam diante do ribombar distante dos trovões ou dos mistérios encerrados na funda noite de uma cratera de vulcão recém-desperto. Intuímos rizomas escondidos; prevemos cortes epistemológicos subjacentes; faltam-nos, porém, os instrumentos para descobri-los e o intelecto para decifrá-los.

Tal tarefa cabe a você, leitor ilustrado, doutorando em letras, conhecedor arguto do estado das artes da crítica literária e da neurociência. Ciente de nossa responsabilidade social, alertamos para o fato de que as linhas abaixo podem provocar epifanias profundas, cíclicas e fenomenológicas. Gestantes, mórmons, ex-BBBs e torcedores do Fluminense não devem prosseguir a leitura a partir deste ponto.

A passagem desafiadora, que versa sobre as complexas relações entre os cineastas Quentin Tarantino e Sergio Leone:  

Essa relação especular vem sobretudo em sua poética arqueológica (quase proustiana) de historicizar a formação de uma nação para entender suas cicatrizes políticas contemporâneas. É aí que o alemão King Schultz, vivido pela força da natureza chamada Christoph Waltz, costura toda a porção anos 2000 de Tarantino — que em 2007 abriu (e não explorou) um afluente sem conexão temática com seus filmes mais recentes com ‘À prova de morte’.

Após assomar do mergulho profundo em águas historicizantes, o leitor cujas faculdades mentais não tiverem sido irremediavelmente comprometidas pelas cicatrizes do enigma quase proustiano deverá encaminhar a contribuição de seu espírito para site@revistapiaui.com.br.

Será agraciado com o já tradicional e cobiçado Pingüim Hermeneuta aquele que iluminar com maior força elucidativa o sentido pleno e poderoso do texto acima. Ganhará status de "força da natureza" quem não se furtar ao desafio maior de estabelecer conexões necessárias (e desnecessárias também) entre os conceitos de “poética arqueológica”, “formações historicizantes”, “quase proustianismo”, “afluentes sem conexão temática” e “porção anos 2000 de Tarantino”.

Receberemos participações até às 19h. O resultado será divulgado às 20h.

Como de hábito, encerramos desejando que o espírito do grande Champollion vos guie.

Divisão Educacional The Piauí Herald