A história secreta do lobo-guará
Documentos classificados como sigilosos para evitar “risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País” fazem parte dos arquivos oficiais sobre a transformação do lobo-guará em moeda circulante no Brasil. A história secreta das cédulas de 200 reais, recém-lançadas com a imagem do simpático canídeo sul-americano, incluiu também um intenso e discreto trabalho do Banco Central para evitar uma corrida injustificada de saques nos bancos, que chegou a ser temida no governo. Na saga do lobo-guará há espaço até para combatentes do crime; no caso, associações de combate ao uso criminoso de dinheiro em espécie.
Deu mais trabalho do que pode parecer o improvisado lançamento da cédula, anunciado em julho deste ano, na contramão do que o próprio governo indicava no ano passado. Em 24 de junho de 2019, em resposta a demandas de associações preocupadas com o uso de dinheiro em espécie por criminosos, o Banco Central chegou a confirmar “estudos em andamento” para a possível extinção da maior nota, na época, a de 100 reais, em cuja superfície flutua uma garoupa – escolhida nos anos 1990 por um de seus criadores, praticante de pesca de mergulho.
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