Em seu segundo episódio, o Maria vai com as outras fala sobre os desafios e descobertas das mulheres no universo da ciência. Desde os anos do ensino fundamental até os mais altos estágios da carreira acadêmica, alunas e pesquisadoras enfrentam gargalos materiais, como menores salários, e rótulos enraizados na sociedade. Mesmo diante do chamado “teto de vidro” – limite invisível que faz com que, quanto mais altos os cargos de uma instituição, mais rara seja a presença feminina –, as mulheres encontram formas de contornar as estatísticas e abrir caminho para novas gerações de cientistas.
Atualmente, no Brasil, apenas 25% dos pesquisadores na categoria mais alta do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – são mulheres.
Para tratar do assunto na prática, a apresentadora Branca Vianna conversou com duas mulheres de atuação notória em suas áreas de estudo: a bióloga e professora universitária Ana Carolina Carnaval, e a estudante de graduação em matemática Luize D’Urso.
Bloco 1
Especializada em estudos da biodiversidade da Mata Atlântica e professora da City University of New York, a bióloga Ana Carolina Carnaval se apaixonou por sua profissão após um momento de encanto diante de um mar de sapos coloridos, no litoral de São Paulo. Desde então, seguiu a carreira acadêmica e fez seu pós-doutorado nos Estados Unidos, sob o árduo regime de jornada dupla – enquanto estudava, tomava conta de seu dois filhos recém-nascidos.
Bloco 2
Na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, apenas 10% das medalhas de ouro são concedidas a meninas. Aos 21 anos, Luize D’Urso, aluna de matemática na PUC-Rio, já venceu a competição sete vezes seguidas – e acumula também prêmios internacionais. Ela conta que, ainda hoje, sente o peso de ser a exceção em um universo predominantemente masculino e se esforça para fazer disso um estímulo a outras meninas. Em suas próprias palavras, apesar dos estereótipos que rondam a ciência, “problemas não preferem homens ou mulheres”.
Após a entrevista concedida ao Maria vai com as outras, Luize participou, como vice-líder, da equipe brasileira enviada à Olimpíada de Matemática de Meninas Europeias. Das quatro representantes da equipe, duas ganharam medalha de prata e duas ganharam a de bronze. O Brasil terminou a competição em 13º lugar – resultado superior ao do ano passado, quando ocupou a 26ª posição.
Você pode conferir aqui um artigo da Nature em que se defende que a política de diversidade não apenas é justa, como aprimora os resultados da pesquisa científica.
Neste link, um artigo que fala sobre os fatores inconscientes e culturais que sustentam o preconceito com relação à presença de mulheres na ciência.
Aqui, você confere um estudo da revista Science em que se conclui que, no meio científico, as expectativas por uma genialidade inata – sempre atribuída aos homens – afeta a igualdade de gênero.
E aqui uma matéria da Scientific American mostra que a presença de mulheres produz perspectivas novas e sem viés para a ciência. Dessa forma, foi decisiva para o avanço da primatologia, por muito tempo dominada por pesquisadores homens.
O Maria vai com as outras vai ao ar quinzenalmente às segundas-feiras pela manhã. Você também pode ouvir o podcast em outras plataformas:
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Ficha técnica:
Apresentação: Branca Vianna
Produção: Paula Scarpin
Edição: Filipe Di Castro
Finalização e mixagem: João Jabace
Identidade visual: Cecilia Marra, Caio Borges e Paula Cardoso
Distribuição: Kellen Moraes e Luigi Mazza
Gravado no estúdio da Rádio Batuta, no Instituto Moreira Salles