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Taís Araujo, a imparável

    Em uma palestra, Taís Araujo disse: “No Brasil, a cor do meu filho é a cor que faz com que as pessoas mudem de calçada, escondam suas bolsas e blindem seus carros” CRÉDITO: BOB WOLFENSON_2023

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Taís Araujo, a imparável

Como a atriz mastigou o racismo – na teledramaturgia, nas revistas femininas e na publicidade

João Batista Jr. | Edição 198, Março 2023

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Depois de um dia de gravação interpretando Alícia, a patricinha mimada da novela A Favorita, a atriz Taís Araujo deixou os estúdios da Globo rumo à sua casa. Durante o trajeto, voltou a pensar num tema que não saía de sua cabeça: a entrevista do autor Manoel Carlos, publicada pela colunista Regina Rito, no jornal O Dia, na qual ele dizia que a próxima Helena, nome de todas as protagonistas de suas novelas, poderia ser interpretada por uma atriz negra, pela primeira vez. Taís Araujo estava feliz em A Favorita, a novela das 9 naquele ano de 2008, embora sua personagem não fizesse parte do núcleo central. Interpretar Helena – personagem que já estivera na pele de atrizes como Vera Fischer, Maitê Proença e Regina Duarte – seria um salto na sua carreira e, por ser negra, emplacaria um ineditismo marcante na teledramaturgia brasileira.

Ainda dentro do carro, Araujo ligou para Manoel Carlos se oferecendo para trabalhar na novela que entraria no ar no segundo semestre de 2009. A conversa correu bem, mas não durou mais do que cinco minutos. Para convencer o autor, a atriz disse que sua experiência de vida estava à altura de Helena, uma personagem de classe média, moradora do Leblon e sempre envolvida com candentes questões de família. Araujo, ela própria moradora do Leblon, lembrou que já passara por um casamento e um divórcio. Na época, ela estava separada do ator Lázaro Ramos, mas a separação durou apenas oitos meses. Manoel Carlos escutou e não disse nem sim, nem não.

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