Aplausos para Rê Bordosa e corrida ao dicionário
| Edição 69, Junho 2012
O POVO POP NO PODER E O SOLDADO DO PT
Outrora pensava em fazer assinatura desse nordestinado magazine. Mas (a)depois que li: Conti sobre Lula (“O povo pop no poder”, piauí_69, junho), e a estória arretada de um fédaputa (“O soldado do PT”, piauí_69, junho), confesso que dei uma carreira da “muléstia”. Que sacanagem foi essa? Foi por causa do 69, foi? Prá mim, o que salvou a escrota edição foi o formidável diário da nossa ilustre presidenta, pelo que congratulo o seu sabido secretário, Renato Terra.
ALEXANDRE MORAES, Recife (PE)
ELOGIO
No Ensino Médio, tinha a impressão de que certas revistas não eram confeccionadas para públicos como eu. Agora, já adulta, tive a certeza de realmente isto ocorre. A revista piauí é uma delas. Cheguei a esta conclusão, porque jamais pensei em ter acesso a certos temas abordados pela publicação. Mas sou persistente. Já que sempre fui da convicção de que o “convívio” com algo superior aos meus conhecimentos construirá algo de melhor em mim. Portanto, sou uma privilegiada por ter contato com Piauí.
ÁGUEDA CRISTINA MARTINS, Poços de Caldas (MG)
O TIOZÃO CONQUISTADOR
Nunca ri tanto em uma publicação da revista (“O tiozão conquistador”, piauí_68, maio). Como diria o Tiozão: Brow, que irada a matéria, vei! A revista então, show de bola! E a capa? Muito sinistro o cara comendo ohambrguer! Mas eai, pegou a tal gatinha ou escolheu o filme errado? PS: um abraço pra toda a galera da Piauí! Já virei tiete!
CRISTIAN FAVARO, Vitória (ES)
O QUE FAZ TIRIRICA
Tiririca (“Tiririca no salão”, piauí_68, maio) é a sinalização de que, em terras tupiniquins, a política tal como vem sendo praticada pouco ou nada tem a ver com o cotidiano e as necessidades dos subalternos. Vivemos uma negação radical da política – seja por incompreensão, seja por projeto de uma boa parte do eleitorado. De Tiririca em Tiririca, o que a gente faz mesmo é quase nada fazer, caminhando com passos de formiga e sem vontade, o que também é conhecido como “brasilidade”.
JADIELSON ALEXANDRE, Arapiraca (AL)
RIO MENOS 20
Nos divertidos relatos de Marcos de Azambuja (“Recordações alucinatórias”, piauí_68, maio), o que me chamou a atenção foi a troca do medo apocalíptico. Saímos do inverno atômico para o verão carbônico. Será que um dia poderemos comer no McDonald’s sem algum paladino do apocalipse nos rememorando da iminente segunda vinda de um Messias qualquer? Gostaria de ler um perfil de um cientista que negue a causa antropogênica do aquecimento. Devem ser muito divertidas as vicissitudes pelas quais devem passar esses hereges modernos.
JOÃO AUGUSTO SILVA DE CASTRO, São Paulo (SP)
RÊ BORDOSA E GANDHI
Gostaria de parabenizar o Reinaldo Moraes pelo texto sobre a nossa desgovernada e louca Rê Bordosa (“Volta, Rê Bordosa, vem viver outra vez ao meu lado”, piauí_68, maio). Apesar de conter grande quantidade de palavrões, o texto está rebordosamente divertido e agradável. Aliás… “tá foda”.
ANA CLARA ROMANELLI DA COSTA, São Paulo (SP)
RIO MENOS 20
No artigo “Recordações alucinatórias”, Marcos de Azambuja faz colocações sobre a Rio 92 e a Rio+20 bastante pertinentes. Ele traz à tona elementos que permeiam os grandes debates ambientais, dentre eles a política. Enquanto docente de ensino superior em cursos de biologia e geografia, e, ao mesmo tempo, cidadão, frequentador tanto de parques públicos que visam à conservação da natureza quanto de shopping centers, reflito sobre o desenvolvimento sustentável, defendido de forma veemente como uma panaceia no âmbito acadêmico e na mídia em geral. Nas grandes corporações a sustentabilidade apresenta-se frágil à luz das metas estabelecidas para maximizar os lucros. São questões antagônicas e contraditórias: vender mais, produzir mais, crescer mais e ao mesmo tempo conservar, reutilizar e reciclar. Mais um evento que custará milhões de dólares e trará personalidades dos mais diferentes segmentos da sociedade não vai atingir as raízes do problema ambiental: a mudança nos padrões de produção e consumo impingida por Estados Unidos, Japão e União Europeia, almejada e de certa forma imitada pelo resto do mundo.
ISONEL SANDINO MENEGUZZO, Ponta Grossa (PR)
RÊ BORDOSA E GANDHI
Fiquei indignado com a re-re-re-republicação das mesmas historietas da Rê Bordosa. Mas resolvi ler o texto de Reinaldo Moraes e me veio o inesperado: ri das mesmas piadas velhas, pela enésima vez. O autor me fez relembrar da minha infância, quando, de férias com a família em Itanhaém, comprei minha primeira Chiclete com Banana aos 8 ou 9 anos. Tendo passado 33 dos meus 34 anos de vida na cidade de Osasco, assino embaixo da descrição do município como um lugar sem nada para fazer.
DROI SEPOL, Hortolândia (SP)
RÊ BORDOSA E GANDHI
Depois de espinafrar várias vezes a seção de quadrinhos (principalmente o Gotlib), tenho que dar os parabéns. Angeli, com sua Rê Bordosa, renovou minhas esperanças na revista. Mandaram alguém embora ou os franceses cortaram o “jabá”? Como diria a Rê Bordosa: Puta que o pariu, até que enfim vocês acertaram, porra!!!
BERNARDO REINHARDT MENEZES, Curitiba (PR)
FICÇÃO PARA POUCOS
Além de verborrágico, o escritor (?) Cláudio Cesar Dias Baptista (Esquina, “Ficção para poucos”, piauí_68, maio) não sabe nada de Monteiro Lobato. O criador do Sítio do Picapau Amarelo nunca teve “dificuldades imensas” para publicar seus livros. Ele foi proprietário da editora Revista do Brasil, criou a Editora Brasiliense e a Companhia Editora Nacional, e publicou mais de cinquenta livros. Ah, aproveitando: até que enfim tirinhas que deveriam ser engraçadas SÃO engraçadas. Não dá para continuar com os cartuns do genial Angeli? Hein? Hein? Hein?
LÚCIO MAZZA, São Paulo (SP)
RÊ BORDOSA E GANDHI
Existem histórias em quadrinhos consagradas, apreciadas em centenas de países, mundialmente reconhecidas em nível de obras de arte, tais como Zezé & Cia. (de Mort Walker e Dik Browne), Recruta Zero (de Mort Walker), Hagar (de Dik Browne), Peanuts (de Schulz), além das clássicas de Walt Disney. Primam pelo bom gosto, pela beleza do desenho, pelo astral elevado de conteúdo. Considerar Rê Bordosa, de Angeli, e similares história em quadrinhos, me desculpem, é comparável a considerar lixo hospitalar como a mesma coisa do que um bolo de aniversário bem confeccionado. piauí atravessa negativa fase de pretensa desconstrução, e desta vez escolheram ofender Gandhi, figura inatacável da Índia, herói nacional e religioso daquele país, mártir, pessoa de moral ilibada a ponto de receber o título de Mahatma, termo proveniente do sânscrito que significa Grande Alma. A ofensa à memória de Gandhi é algo tão absolutamente inaceitável como se acusassem Madre Teresa de Calcutá de ter sido marafona.
NOTA DA REDAÇÃO: Prezado Ginefra, você acaba de derrubar o perfil revelador de Madre Teresa de Calcutá que iríamos publicar nesta edição. Estamos pensando seriamente em encartar o gibi do Tio Patinhas na revista daqui em diante.
NICOLAU GINEFRA, Rio de Janeiro (RJ)
MATEMÁTICA
“Metamorfoses” (Esquina, piauí_68, maio) é mais um extraordinário e belo artigo, matematicamente precioso, do inspirado João Moreira Salles. A piauí é o Sildenafil do meu cérebro.
ALEXANDRE P. AGUIAR, Vitória (ES)
BELO TEXTO, FERNANDINHA
Cada vez que leio a piauí, me arrependo de tê-la assinado tão tardiamente. Na edição de número 67 (abril), as matérias de Dorrit Harazim (“O estranho do ninho”), Mario Sergio Conti (“Pôr do sol em Ipanema” e Chegada, “Tua sina te assina esse destino”) e Fernanda Torres (“Minha cerimônia de adeus”) foram ótimas. Quanto a Dorrit e ao Mario, nenhum espanto. Eles sempre nos brindaram com ótimos textos e ótimas matérias, há anos. Já em relação a Fernanda, foi uma agradável surpresa vê-la produzir um texto tão bom, criativo e informativo, sobre o que é fazer cinema em determinadas situações. Continuem assim.
ANTONIO CARLOS DA FONSECA NETO, Salvador (BA)
TRANSFIGURAÇÃO
Gostaria de parabenizar a revista pela brilhante “Transfiguração” (piauí_67, abril). A matéria destaca a importância do cirurgião plástico, que muitas vezes é visto como um profissional glamourizado, ligado apenas à área estética. A perspicácia e tenacidade dos cirurgiões plásticos citados na matéria, bem como dos demais profissionais envolvidos, mostram como é importante a humanização do paciente, o conhecimento de sua história e de seus objetivos, antes da realização de uma cirurgia.
JORGE MENEZES, DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE DEFESA PROFISSIONAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA/RIO DE JANEIRO (RJ)
FAVELA COMO SOLUÇÃO
Na véspera da Rio+20, a favela vai certamente ter sua hora (“A favela e sua hora”, piauí_67, abril). Basta subir o Morro da Babilônia para conferir o canteiro de obras que vai manter a comunidade no posto de preferida dos gringos. Agora a pauta é a sustentabilidade com a implantação do programa de urbanização de favelas, o “Morar Carioca”. A proposta de levar chefes de Estado para conhecer favelas já é um avanço em relação à Eco-92, quando a favela foi o “anticartão-postal”. A lamentável ausência da Rocinha no vídeo feito para o Comitê Olímpico Internacional é um sintoma de que a febre antifavela ainda se mantém forte nas veias do Rio de Janeirio. A reforma verde da Babilônia é mais para inglês ver do que um piloto para o resto da cidade. Em 2011, 1 860 famílias foram removidas – e, com o ritmo acelerado de obras até os megaeventos, esses números vão subir.
GREGORY SCRUGGS, PENN INSTITUTE FOR URBAN RESEARCH, FILADÉLFIA/ESTADOS UNIDOS
FAVELA COMO SOLUÇÃO
O artigo de Bruno Carvalho é até interessante, mas muito menos do que eu esperava da piauí. O artigo dá a entender que hoje não existem grandes remoções em favelas. Mas estamos ainda muitíssimo longe disso, vide o caso Pinheirinho e as inúmeras remoções para a Copa do Mundo. Não entendi o tom pacificador. Acho que é papel da revista (já que se propôs a tal artigo) discutir mais francamente o tema.
JANAÍNA LOPES NOGUEIRA, Belo Horizonte (MG)
O PAPA-DEFUNTO
Uma chamada na página do Estadão me levou ao artigo “O papa-defunto” (piauí_67, abril). Achei muito interessante, e resolvi recomendar – só que resolvi recomendar o original. Tudo bem que a piauí não dê referência ao original, afinal trata-se de publicação jornalística, sem a ética da publicação acadêmica.
NOTA DA REDAÇÃO: Arnaldo, na página que apresenta os Colaboradores (p. 6) da revista, informamos que o texto integra o livro The Undertaking, da Penguin, e foi traduzido por Rubens Figueiredo.
ARNALDO MANDEL, São Paulo (SP)
GLOSSÁRIO
04/06/2012 14:49Publicada na versão impressaCiclopes, traquitana, apoplético, empertigados, glabras, pantagruélico, nosocômio, mercurial, pérfidas, espinafrou, atávicos, cabotina, nababesco. Numa análise perfunctória de algumas reportagens da revista me deparo com um dilema. Tenho que frequentemente recorrer ao amigo Aurélio. Nisso perco mais tempo procurando o significado de certas palavras do que propriamente lendo a revista. Rui Barbosa deve estar se retorcendo em seu descanso. Vai aqui uma sugestão. Publiquem nas páginas finais um pequeno glossário para me auxiliar nas pesquisas. Quem sabe consigo ler a revista por inteiro.
NOTA DA REDAÇÃO: Arlei, é nóis!
ARLEI GUEIROS DE LIMA, Araçatuba (SP)
LINGUIÇA COM MÍMICA
Gostaria de parabenizar Clara Becker pelo texto “Linguiça com mímica” (piauí_67, abril). Além de me divertir muito com a linguagem agradável, admirei também a ideia da pauta. Nunca imaginaria a rotina dos tradutores de Libras em Brasília.
CAMILA CAMPOS, Hortolândia (SP)
SOBRE INTELECTUAIS E DEMOCRACIA
Sugiro que a próxima edição da piauí tenha as 996 páginas do livro Pós-Guerra, para mostrar que Tony Judt (“Sobre intelectuais e democracia”, piauí_67, abril) era, de fato, o intelectual que os textos publicados pela revista fazem parecer ser. De preferência em tcheco, língua que ele – ao contrário de Dylan Riley, autor do necrológio publicado pela New Left Review – falava.
GABRIEL GABBARDO, Porto Alegre (RS)