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As tretas e tetas do Zero Três

| Edição 163, Abril 2020

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A MUTAÇÃO DO ZERO TRÊS
A reportagem de Thais Bilenky, “A viagem do vagão” (piauí_162, março), não deixa nenhuma dúvida quanto à personalidade controversa do deputado federal Eduardo Bolsonaro, terceiro filho da dinastia política fundada por Jair Bolsonaro, que nele depositou suas fichas para fazê-lo seu sucessor. Assim como o pai – um defensor intransigente da corporação militar, que obteve uma vereança e sete mandatos consecutivos como deputado federal e, apesar de seu desempenho pífio como parlamentar do chamado baixo clero, por uma imprudência do destino, chegou à Presidência –, Eduardo surfou na mesma onda e foi eleito o deputado federal mais votado da história. Aberrações debitadas à rejeição da sociedade ao petismo, ao eleger duas nulidades que envergonham nosso país nos fóruns internacionais, em função da precária formação cultural, no afrontamento das nossas instituições e tendências autoritárias com vieses ditatoriais.
DIRCEU LUIZ NATAL_RIO DE JANEIRO/RJ

Além de gastar sola de sapato, muito estômago teve a jornalista Thais Bilenky para elaborar a reportagem “A viagem do vagão”. A começar pelo título, que nada tem de vago e explica a origem do vagabundo no clã presidencial. Eduardo Bolsonaro demonstra ser muito imaturo para quem já viajou tanto e vivenciou a política com recursos públicos. Além disso, a tara contra o pt e derivados à esquerda no espectro político leva a crer que nem dirigir na Inglaterra lhe seria permitido. A repórter apenas não revelou quem foi o ghost-writer do tcc de Eduardo, pois tudo o que o deputado disse e “escreveu” são páginas viradas (não consegue nem citar os livros de seu guru Olavo de Carvalho). Mas aprendemos um pouco mais sobre como o olavismo adentrou as esferas de decisão dessa família. Fica também a dúvida sobre a real proficiência de Eduardo na língua inglesa, uma vez que o deputado foi apresentado como interlocutor familiar nas viagens ao estrangeiro, mas de vergonhosa atuação quando entrevistado pelos nativos daquele idioma. Porém, o bolsonarismo não dá chance para a sincronia jornalística, pois mal a piauí publica uma matéria de tal peso e conteúdo, lá vem o Zero Três aprontar mais uma contra a China, acusando-a de criar o coronavírus. Muitas tretas e tetas, que não servem de desculpa para um suposto “político de família”: eu, com minhas tetinhas imovíveis, não sou um vagabundo que deu certo.
ADILSON ROBERTO GONÇALVES_CAMPINAS/SP

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Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz

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