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    Durante duas gerações, 60% da população abandonaram Detroit ─ brancos na maioria, trocaram a metrópole por subúrbios protegidos da pobreza e do fisco municipal; agora o plano para superar a falência decretada no ano passado é atrair gente bem de vida de volta ao Centro da cidade FOTO: WILLIAM LIVINGSTONE HOUSE_2006_YVES MARCHINO E ROMAIN MEFFRE_CORTESIA DA GALERIA EDWYNN HOUK/JULIEN DOBBS-HIGGINSON

carta de Detroit

Cacos da velha potência

A elite branca, a maioria negra e a cidade falida

Daniela Pinheiro | Edição 92, Maio 2014

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Vinte e sete afrescos pintados nos anos 30 por Diego Rivera compõem a Indústria de Detroit, cenas de glória e pujança da principal fábrica da Ford, nos arredores da cidade. Veem-se máquinas em movimento, sofisticadas engrenagens, operários em ação, patrões à espreita, automóveis na intrincada linha de montagem. Os painéis adornam as paredes de mármore de um salão do Instituto de Artes de Detroit, um dos mais importantes museus dos Estados Unidos, cujo acervo corria o risco de ser vendido para ajudar a pagar a monumental dívida pública que levou a cidade a declarar falência no ano passado.

Em uma noite gelada de fevereiro, o salão estava lotado. Emoldurados pelos murais do mexicano, um casal de cantores entoava trechos do musical O Fantasma da Ópera. Mulheres de vestidos brilhosos se equilibravam em saltos agulha empunhando máscaras com adereços reluzentes e penas coloridas. Homens de smoking, também mascarados, trançavam pelo ambiente – uma das mãos no bolso, a outra segurando um copo –, em meio a malabaristas que jogavam bolinhas para o alto.

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